26 de jan 2025
Pirataria fashion: a ascensão das versões genéricas entre os jovens consumidores
A bolsa Birkin, da Hermès, é um ícone de luxo, custando a partir de R$ 67 mil. O Walmart lançou a imitação "Wirkin", vendida a R$ 400, que esgotou rapidamente. Influenciadoras no TikTok impulsionaram a popularidade da Wirkin entre jovens. A "dupe economy" cresce no Brasil, com 68% da população consumindo produtos inspirados. Estudo mostra que imitações podem beneficiar marcas originais, gerando desejo.
'DUPLICIDADE ECONÔMICA' - Cópia da bolsa Birkin, acima, e a original, da Hermès, ao lado: a economia das peças enganosas ganhou força com as redes sociais (Foto: Christian Vierig/Getty Images;/Divulgação)
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A bolsa Birkin, lançada em 1984 pela grife francesa Hermès, é um símbolo de luxo e design, vendida a partir de 11 mil dólares (aproximadamente R$ 67 mil). Recentemente, uma imitação chamada "Wirkin", vendida por 80 dólares no Walmart, ganhou destaque nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde se esgotou rapidamente. Essa cópia gerou polêmica, já que a contrafação é considerada crime.
O fenômeno das imitações, conhecido como dupe economy, reflete uma tendência crescente entre jovens consumidores que buscam versões acessíveis de produtos de luxo. Essa prática, que ignora os dilemas sobre autenticidade, tem se tornado comum, com vídeos curtos e sites de compras facilitando a disseminação de produtos não genuínos. Maya Mattiazzo, professora do Hub de Luxo da ESPM, destaca que o ambiente digital permite a construção de narrativas que podem enganar.
No setor de relógios, a distinção entre produtos pirateados e os chamados "homage" é clara. Enquanto as cópias que tentam replicar logotipos são mal vistas, as versões inspiradas em modelos icônicos, como o Submariner da Rolex, são mais aceitas. A bolsa Wirkin se enquadra nessa categoria de "homenagem". No Brasil, 68% da população consome produtos inspirados em marcas famosas, com números ainda mais altos entre millennials e a geração Z.
Um estudo da consultoria Morning Consult sugere que as imitações podem beneficiar tanto as marcas originais quanto os criadores de dupes, pois aumentam a percepção de desejo por produtos de luxo. Apesar de algumas nuances que podem atenuar a contrafação, a prática continua a ser um tema controverso no mundo do consumo.
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