Economia

Alta da Selic gera incertezas no mercado imobiliário e provoca questionamentos sobre compras

A taxa Selic foi elevada para 13,25%, encarecendo o crédito imobiliário. Mesmo assim, o crédito imobiliário em 2024 atingiu R$ 312 bilhões, recorde histórico. A alta da Selic pode desaquecer o setor, afetando a classe média e lançamentos. A ABRAINC alerta que cada ponto percentual na Selic aumenta a dívida pública em R$ 48 bilhões. Investidores podem optar por renda fixa, reduzindo a liquidez e pressionando preços.

Novas construções em Pinheiros: o boom imobiliário no bairro da capital paulista é alvo de queixas de moradores tradicionais. (Foto: Nelson Almeida/AFP)

Novas construções em Pinheiros: o boom imobiliário no bairro da capital paulista é alvo de queixas de moradores tradicionais. (Foto: Nelson Almeida/AFP)

Ouvir a notícia

Alta da Selic gera incertezas no mercado imobiliário e provoca questionamentos sobre compras - Alta da Selic gera incertezas no mercado imobiliário e provoca questionamentos sobre compras

0:000:00

O mercado imobiliário brasileiro enfrenta um cenário desafiador após a recente elevação da taxa Selic em 1 ponto percentual, alcançando 13,25% ao ano. Essa decisão encarece o crédito, reduzindo a capacidade de financiamento dos compradores e pressionando as empresas do setor. Apesar disso, a concessão de crédito imobiliário em 2024 atingiu um recorde histórico de R$ 312 bilhões, um crescimento de 25% em relação ao ano anterior. A professora de economia do Ibmec-RJ, Flávia Moraes, ressalta que a compra de imóveis deve ser avaliada com cautela, pois, geralmente, ativos tendem a perder valor com o aumento da taxa de juros.

A ABRAINC alertou que a alta dos juros agrava os desafios econômicos, desestimula investimentos e aumenta a dívida pública. Cada ponto percentual adicional na Selic adiciona cerca de R$ 48 bilhões ao custo anual da dívida, impactando diretamente empresas e famílias. O número de recuperações judiciais também cresceu, atingindo 2,2 mil pedidos em 2024, um aumento de 61,8% em relação ao ano anterior, segundo o Serasa. O presidente da ABRAINC, Luiz França, enfatiza a necessidade de medidas para controlar a dívida pública e garantir uma taxa de juros saudável.

O aumento da Selic encarece os financiamentos, afetando principalmente a classe média, enquanto a população de baixa renda se beneficia de subsídios do Minha Casa, Minha Vida. Thiago Andrade, diretor da JB Andrade Imóveis, aponta que as altas taxas de financiamento reduzem o poder de compra dos consumidores e pressionam os custos das construtoras. Para Thiago Balassiano, diretor da Balassiano Engenharia, a Selic elevada inviabiliza muitos projetos de longo prazo, embora o impacto seja menor no segmento de alto padrão.

Apesar do cenário negativo, Nayara Técia, CEO do Grupo On Brokers, observa que a alta da Selic pode criar oportunidades, como campanhas de descontos e aumento do interesse de compradores estrangeiros. Thiago Soares, diretor da The Inc Incorporações, critica a situação econômica que mantém os juros altos, afirmando que isso freia o mercado. Jamille Dias, consultora da Riviera Construções, explica que a redução na liquidez do mercado pode levar a uma queda nos preços dos imóveis, com investidores optando por ativos de renda fixa que oferecem retornos mais atrativos.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela