Agricultura sustentável: o papel da irrigação e técnicas inovadoras no uso da água

A crescente demanda por alimentos e agroprodutos, com a previsão de que a população mundial atinja 10 bilhões de habitantes até 2050, intensifica a necessidade de recursos hídricos na agricultura. O investimento em técnicas de irrigação se torna essencial, com custos de instalação de pivôs centrais variando entre R$ 20.000,00 a R$ 35.000,00 por hectare. Além disso, os agricultores enfrentam despesas adicionais com eletricidade, que podem chegar a R$ 1.500,00 por hectare, representando até 10% do custo de produção do milho irrigado.

Os métodos de irrigação mais utilizados no Brasil incluem a irrigação por aspersão, que é a mais comum e de menor custo, a irrigação por gotejamento, que é altamente eficaz, e a irrigação por pivô central, que permite o cultivo de múltiplas safras. A irrigação subterrânea é a mais eficiente, mas requer um investimento maior. Essas técnicas possibilitam aumentar a produção sem expandir a área cultivada. O plantio direto também se destaca, economizando até 11% de água na soja, ao manter a cobertura do solo e reduzir a evaporação.

A biotecnologia e o melhoramento genético são caminhos promissores para a agricultura sustentável. Um exemplo é o cultivar de arroz “BRS A502”, que permite o cultivo em regiões mais secas. A agricultura de precisão, com sensores que monitoram a umidade do solo, possibilita irrigações mais eficientes. Drones e imagens de satélite ajudam a identificar variações de umidade, otimizando o uso da água nas lavouras.

Na pecuária, a maior parte da água utilizada provém da chuva, com 93% sendo água verde. O futuro da gestão hídrica na agricultura aponta para soluções sustentáveis, como a reutilização da água da chuva e o uso de inteligência artificial para otimizar o consumo. A integração de dados por meio de aplicativos e sensores será fundamental para uma gestão hídrica mais eficiente. A água, sendo um recurso vital, exige uso responsável e consciente.