Sete Brasil cancela ação de R$ 36 bilhões contra Petrobras por erros no protocolo eletrônico

A Sete Brasil, empresa de sondas criada pela Petrobras, ajuizou uma ação contra a estatal, pedindo indenização de R$ 36 bilhões por supostos acordos não cumpridos. A distribuição da ação, no entanto, foi cancelada devido a um erro no protocolo eletrônico. A Sete Brasil, que teve sua falência decretada em dezembro, argumenta que o valor se refere a prejuízos do colapso do "Projeto Sondas", iniciado após as descobertas no pré-sal.

Os advogados da Sete Brasil alegam que a Petrobras se aproveitou da delação do ex-gerente Pedro Barusco, que resultou na suspensão do financiamento pelo BNDES, levando a empresa a uma crise severa. A ação afirma que a estatal não cumpriu suas obrigações contratuais e agiu de má-fé, levando a Sete Brasil e seus credores a acreditar que buscava soluções para o projeto. A empresa já havia iniciado a construção de 28 sondas antes do incidente.

Além disso, a Sete Brasil menciona que contraiu empréstimos bilionários de curto prazo, cuja inadimplência foi um dos motivos para a recuperação judicial. Os advogados ressaltam que 80% do valor recuperado será destinado ao pagamento de credores, a maior parte para instituições públicas. A empresa busca ressarcimento tanto pelos gastos com o projeto quanto pelas perdas de lucro.

A ação é considerada arriscada, pois, em caso de derrota, a Sete Brasil poderia enfrentar uma sucumbência de R$ 3,6 bilhões. Dado que a empresa está tecnicamente falida, a capacidade de arcar com essa quantia é questionável. A situação é complexa, envolvendo não apenas a Petrobras, mas também financiadores e empresas que operariam as sondas, que também sofreram com as fraudes documentadas pela Lava-Jato.