Fundo soberano da Noruega desinveste em 49 empresas e reafirma compromisso com ESG

O fundo soberano da Noruega, com ativos de US$ 1,8 trilhão, desinvestiu em 49 empresas em 2024, uma redução em relação às 86 do ano anterior. Essa decisão foi baseada em avaliações de sustentabilidade, mantendo o foco em critérios de ESG (ambientais, sociais e de governança), mesmo diante de uma crescente resistência a esses relatórios. Segundo o Norges Bank Investment Management, 74% das emissões financiadas das empresas em seu portfólio estão alinhadas com as metas de emissões líquidas zero até 2050.

Entre os desinvestimentos, cinco foram motivados por riscos climáticos, quinze por gestão inadequada de riscos relacionados a direitos humanos e oito por esforços anticorrupção. O fundo, que aplica as riquezas provenientes do petróleo e gás noruegueses, busca que todas as empresas em que investe alcancem zero emissões líquidas até 2050. O NBIM também participou de mais de 11.000 reuniões de acionistas, votando contra a administração em 5% das resoluções, abordando temas como remuneração de executivos e independência do conselho.

Carine Smith Ihenacho, Diretora de Governança e Conformidade, destacou que "muitas empresas veem a transição energética como uma oportunidade". Apesar do progresso observado, ela enfatizou que a transição precisa ser acelerada, com suporte de políticas consistentes. O relatório foi divulgado em um contexto onde líderes empresariais e legisladores, especialmente na Europa, questionam as regulamentações de ESG, temendo que estas limitem a competitividade em comparação com empresas dos EUA e da Ásia.

A preocupação com a competitividade é crescente, especialmente com a possibilidade de desregulamentação nos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump. A estagnação econômica na Europa é um fator que intensifica esses questionamentos, levando a um debate sobre a eficácia das exigências de ESG em um cenário global competitivo.