A dieta do Dr. Stigler: como um economista revolucionou a nutrição com matemática

O mês de janeiro de 2024 trouxe reflexões sobre mudanças e resoluções, como gastar menos, casar-se e comer melhor. A alimentação saudável é um tema central, especialmente quando se considera a necessidade de uma dieta equilibrada, seja para emagrecer ou ganhar peso. O economista George Stigler, laureado com o Nobel de Economia em 1982, abordou essa questão em 1945, propondo um desafio: como planejar uma dieta acessível que atendesse às necessidades nutricionais de um homem de 70 kg, utilizando uma lista de 77 ingredientes.

A análise de Stigler revela que, ao fazer compras, muitas vezes priorizamos o custo em detrimento dos nutrientes. Essa questão é especialmente relevante em contextos como a alimentação de crianças em escolas públicas, onde a saúde e a energia são essenciais, mas os recursos financeiros são limitados. Outro exemplo é a dieta de soldados em períodos de guerra, onde a eficiência e o custo são cruciais. Stigler sugeriu um cardápio que incluía farinha de trigo, leite evaporado, repolho, espinafre e feijão branco, com um custo anual aproximado de R$ 5.500.

Embora Stigler não tivesse acesso ao método Simplex, que surgiu posteriormente, ele utilizou uma abordagem heurística para chegar a sua solução. O método Simplex, desenvolvido por George B. Dantzig, permite resolver problemas de Programação Linear, como o da dieta, minimizando custos enquanto atende às necessidades nutricionais. Em 1947, Dantzig e sua equipe aplicaram o Simplex ao problema de Stigler, resultando em um cardápio similar, mas com um custo apenas 24 centavos mais barato.

Atualmente, a resolução desse tipo de problema é feita rapidamente em computadores, contrastando com os 120 dias de trabalho que a equipe de Dantzig levou. O futuro da Pesquisa Operacional pode trazer inovações ainda mais surpreendentes, especialmente com o advento da inteligência artificial. Contudo, o autor alerta para o uso imprudente de soluções como a dieta de Stigler, que poderia ser mal interpretada e aplicada como diretriz nutricional nacional, causando frustração entre os consumidores.