Tania Bulhões amplia produção própria após polêmica sobre xícaras de sua marca

O debate sobre a coleção de louças da Tania Bulhões ganhou força nas redes sociais e se espalhou para ambientes corporativos e sociais, após uma cliente questionar a originalidade dos produtos. A marca, que atua há 35 anos no mercado de luxo, defende a autenticidade de seus itens, enquanto o CEO Virgílio Costa Cunha admite que o episódio se tornou uma "bola de neve". A polêmica começou quando um vídeo mostrou uma xícara idêntica à coleção Marquesa, vendida a R$ 210, sem o selo da marca, levantando suspeitas sobre a origem dos produtos.

A Tania Bulhões esclareceu que as peças em questão eram sobras de produção defeituosa, vendidas indevidamente por um fornecedor na Tailândia. A empresa também reconheceu que a falta de controle sobre o processo produtivo contribuiu para a situação. A marca, que possui cerca de 10 fornecedores de porcelana, afirmou que a peça fabricada na Turquia foi resultado de ajustes na pandemia, onde o design brasileiro foi aplicado a produtos já existentes. A companhia admitiu que poderia ter sido mais rigorosa com a propriedade intelectual.

Após receber um aporte de R$ 100 milhões em 2021, a Tania Bulhões adquiriu a Royal Limoges, aumentando sua capacidade de produção própria para 30%. A crise gerou uma revisão no projeto de expansão da fábrica em Uberaba, que agora terá 40 mil metros quadrados e investimento de R$ 50 milhões, com previsão de operação plena até 2027. A marca busca internalizar toda a produção de porcelanas, o que é visto como uma conquista significativa para a empresa.

A situação trouxe à tona a importância do controle produtivo nas marcas que terceirizam sua produção. Especialistas apontam que, apesar da dificuldade em monitorar a cadeia de suprimentos, marcas como Tania Bulhões enfrentam maior escrutínio devido à sua reputação. A influenciadora Isa Rangel destacou a semelhança de peças da marca com criações de outras empresas, criticando a postura da Tania Bulhões em relação à transparência. A marca notificou Rangel sobre informações que considerou falsas, enquanto oferece devolução de coleções que geraram desconfiança entre os consumidores.