10 de fev 2025
Café fake: produto enganoso é encontrado em supermercados com embalagem similar
O "cafake" é um pó para bebida à base de café, sem registro na Anvisa. O preço do "cafake" é R$ 13,99, bem abaixo do café convencional. O aumento de 39,6% no preço do café impulsiona a busca por alternativas. Produtos similares, como o "cafake", levantam preocupações sobre segurança. A Abic alerta sobre rotulagem enganosa e falta de regulamentação do produto.
Mistura de café com impurezas tem sido vendida em embalagem semelhante à do café tradicional (Foto: GETTY IMAGES)
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O diretor da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Celírio Inácio da Silva, alertou sobre o "cafake", um produto que imita o café, mas é uma mistura de café com impurezas. Este "pó para preparo de bebida à base de café" não possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e está sendo vendido a preços muito abaixo do café convencional, que teve um aumento de 39,6% em 2024, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O "cafake" é um exemplo de produtos que surgem em tempos de inflação, onde consumidores buscam alternativas mais baratas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu que os brasileiros substituíssem itens caros por similares, afirmando que essa mudança poderia forçar os vendedores a reduzir os preços. A prática de trocar produtos tradicionais por versões mais baratas é comum entre famílias de baixa renda, conforme explica Luciana Medeiros, da consultoria PwC.
A indústria alimentícia tem desenvolvido produtos similares, como o creme culinário e o óleo composto, utilizando subprodutos e ingredientes de menor qualidade. Ana Paula Bortoletto Martins, da USP, destaca que o soro do leite, antes descartado, agora é utilizado em novos produtos lácteos. Embora as embalagens sejam semelhantes, a composição é diferente, o que pode confundir os consumidores.
A nutricionista Mariana Ribeiro, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), ressalta que a rotulagem muitas vezes não informa claramente as diferenças entre os produtos. Ela alerta para o aumento de produtos ultraprocessados, que podem ser prejudiciais à saúde. A Abic reforça que novos alimentos devem ter autorização da Anvisa, e o "cafake" em questão apresenta informações enganosas em sua embalagem, citando resoluções já revogadas.
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