Grupo Petrópolis aumenta preços em 38% e registra queda no volume de vendas de cerveja

O Grupo Petrópolis, conhecido por marcas como Itaipava, Crystal e Petra, enfrentou um aumento de 38% nos preços médios de suas cervejas na segunda metade de 2024, conforme análise do BTG Pactual. Essa estratégia resultou em uma queda de 3% no volume de cerveja vendido durante o ano. O relatório do banco revela que a empresa, que está em recuperação judicial, registrou um prejuízo líquido de R$ 1,2 bilhão, quase o dobro do valor do ano anterior, enquanto as receitas brutas caíram 27%, totalizando R$ 11,3 bilhões.

Os analistas do BTG Pactual destacam que a elevação dos preços foi um desfecho de uma "jornada turbulenta" para o Grupo Petrópolis em 2024. Inicialmente, a companhia focou no crescimento do volume, reduzindo os preços médios em 26% entre abril e julho, o que impulsionou um aumento de 25% no volume vendido em comparação ao ano anterior. No entanto, essa abordagem, embora eficaz a curto prazo, revelou-se insustentável.

A partir de agosto, a empresa reverteu sua estratégia, elevando os preços médios em 38% entre agosto e dezembro, o que resultou em uma queda de 14% no volume de produção no mesmo período. Para os analistas, essa mudança foi "racional" e trouxe alívio para a intensa competição no mercado de chopes. Contudo, essa estratégia também custou ao Grupo Petrópolis uma perda de participação de mercado, que caiu para 11,2% em dezembro, em comparação aos 14% de julho.

No total de 2024, o market share da companhia foi de 10,9%, inferior aos 11,3% registrados em 2023. A análise do BTG Pactual sugere que, apesar das tentativas de recuperação, o Grupo Petrópolis continua enfrentando desafios significativos em um mercado competitivo.