Super Micro Computer enfrenta montanha-russa financeira e projeta receita de R$ 40 bilhões em 2026

As ações da Super Micro Computer estão em ascensão novamente, após um ano tumultuado em 2024, que viu a empresa ser adicionada ao S&P 500 em março, antes de uma queda acentuada de 85% nos meses seguintes. Nos últimos cinco dias de negociação, as ações da fabricante de servidores subiram 59%, com um aumento de 18% apenas na segunda-feira. Desde o início de 2025, as ações já acumulam alta de 40%, em contraste com um ganho de 2,1% no Nasdaq. O crescimento é impulsionado pela demanda crescente por infraestrutura de inteligência artificial, com a empresa fornecendo servidores equipados com unidades de processamento gráfico da Nvidia.

Entretanto, a empresa enfrenta incertezas significativas. A Super Micro não apresentou seus resultados financeiros auditados do último ano fiscal, e em agosto de 2024, a Hindenburg Research revelou uma posição vendida, alegando manipulação contábil. A situação se agravou com a abertura de uma investigação pelo Departamento de Justiça e a renúncia da Ernst & Young como auditor, citando preocupações sobre governança e controle financeiro. Em novembro, a empresa divulgou resultados financeiros não auditados que aumentaram as preocupações dos investidores, levando a um possível deslistamento do Nasdaq.

Na terça-feira, a Super Micro apresentou resultados preliminares do segundo trimestre, destacando uma previsão otimista para o ano fiscal de 2026, com expectativa de receita de R$ 40 bilhões, superando a previsão de R$ 30 bilhões dos analistas. No entanto, a empresa cortou sua orientação de receita para o ano fiscal de 2025, prevendo entre R$ 23,5 bilhões e R$ 25 bilhões, abaixo da previsão anterior de R$ 26 bilhões a R$ 30 bilhões. As ações subiram até 10% no pregão estendido após os anúncios, mas a empresa continua a enfrentar desafios significativos, incluindo a possibilidade de deslistamento.

A CFRA adotou uma perspectiva mais otimista, elevando a classificação das ações de manter para comprar, com um novo preço-alvo de R$ 48, indicando um potencial de alta de 13%. A analista Shreya Gheewala destacou a posição dominante da Super Micro em resfriamento líquido e soluções de rack da Nvidia como fatores que sustentam sua liderança em infraestrutura de IA. No entanto, ela também alertou sobre riscos críticos, como a erosão da base de clientes devido a danos à reputação e rumores de privatização. O sentimento entre os analistas é misto, com apenas três recomendando compra e seis mantendo a classificação de manter.