Ligue de Football Professionnel processa DAZN por pagamento retido de direitos da Ligue 1

A Ligue de Football Professionnel (LFP) enfrenta uma nova crise financeira após a DAZN reter metade do pagamento referente aos direitos de transmissão da Ligue 1. O contrato, que começou nesta temporada, estipula um pagamento de €400 milhões (£334 milhões) anuais pela DAZN para transmitir oito dos nove jogos da liga a cada fim de semana. A beIN, por sua vez, paga €100 milhões (£83 milhões) pela transmissão do restante. Esses valores representam uma queda superior a 10% em relação ao que Amazon Prime e Canal+ pagavam anteriormente.

A DAZN enviou apenas metade de um pagamento de €70 milhões (£58 milhões) devido à LFP, alegando que a liga não fez o suficiente para combater a pirataria digital e que alguns clubes não colaboraram com a promoção de sua plataforma. A empresa também enfrenta dificuldades financeiras, com apenas 400 mil assinantes, muito abaixo da meta de 1,5 milhão necessária para equilibrar suas contas. Se não atingir esse número até dezembro, poderá rescindir o contrato com a LFP ao final da segunda temporada.

Em resposta, a LFP já iniciou ações legais contra a DAZN, buscando uma ordem judicial para garantir o pagamento das quantias acordadas. A liga expressou sua intenção de defender os interesses dos clubes profissionais franceses e espera uma resolução amigável, embora esteja se preparando para um possível litígio. A DAZN, que recentemente reportou uma perda de £1,2 bilhão em 2023, ainda não se manifestou sobre a situação.

A crise atual levanta questões sobre o futuro do futebol francês. Especialistas indicam que a LFP pode não estar disposta a renegociar os termos do contrato, o que poderia levar a um novo colapso financeiro semelhante ao ocorrido com a Mediapro em 2021. Com a possibilidade de um terceiro rompimento em quatro anos, a LFP pode considerar a criação de um serviço de streaming próprio, uma ideia que já foi discutida anteriormente, mas que não foi aprovada. Enquanto isso, a previsão de perdas combinadas de €1,2 bilhão nesta temporada pode ser revista, aumentando a pressão sobre os clubes.