13 de fev 2025
Big techs investem US$ 320 bilhões em IA e geram incertezas nas avaliações de ações
As big techs dos EUA planejam investir US$ 320 bilhões em IA em 2025. A competição aumentou com o lançamento da IA da chinesa DeepSeek, gerando preocupações. O P/L das big techs é alto, indicando expectativas de crescimento, mas riscos elevados. A incerteza sobre retornos de investimentos em IA pode impactar a avaliação das ações. Especialistas recomendam cautela, mas veem potencial de inovação nas big techs.
Ilustração de inteligência artificial (Foto: REUTERS/Dado Ruvic)
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A decisão de investir em ações envolve diversos fatores, como o preço do papel, a reputação da gestão e a conjuntura econômica. As chamadas "big techs" dos Estados Unidos, que estão investindo fortemente em inteligência artificial, têm gerado debates sobre a viabilidade de retornos satisfatórios a longo prazo. Plínio Zanini, diretor de risco da Ciano Investimentos, destaca que “fazer o valuation das big techs é desafiador, pois dependemos de uma valorização futura de tecnologias ainda desconhecidas”.
Recentemente, gigantes como Amazon, Microsoft, Alphabet e Meta anunciaram investimentos em IA que totalizam US$ 320 bilhões para 2025, um aumento significativo em relação aos US$ 151 bilhões de 2023. Esse montante representa cerca de R$ 1,84 trilhão, superando o valor de mercado combinado de Petrobras, Vale e Itaú, que é de R$ 1,07 trilhão. As empresas estão focadas na construção de data centers para suportar a crescente demanda por dados e inovação.
A análise dos múltiplos de preço/lucro (P/L) das big techs revela que, apesar de altos, esses números podem indicar expectativas de crescimento futuro. Por exemplo, o P/L da Amazon é de 42x, enquanto o da Microsoft é 33x. José Cassiolato, da RGW Investimentos, observa que “ainda é muito cedo para um veredito sobre a estrutura de capital dessas companhias”, dado que a inovação e a estrutura de custos diferem das empresas de capital intensivo.
Entretanto, a incerteza sobre o retorno dos investimentos em infraestrutura é alta, com especialistas como Rennan Guimarães, da Gravus Capital, afirmando que “projetar o futuro desse Capex é extremamente difícil”. A competição com empresas chinesas, como a DeepSeek, que desenvolve tecnologias de IA com investimentos menores, também levanta preocupações sobre a sustentabilidade dos altos gastos das big techs. Apesar dos riscos, muitos analistas não consideram as ações caras, mas alertam que “os múltiplos elevados exigem resultados fortes para justificar os preços atuais”, conforme aponta Maria Irene Jordão, da XP.
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