17 de fev 2025
Iniciativas inovadoras buscam alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis no Brasil
A Capricórnio Têxtil investiu R$ 12 milhões em biomassa, reduzindo custos em 57%. A Agric, adquirida pela Energisa, produzirá biometano em SC, com R$ 80 milhões. A Votorantim Cimentos utiliza resíduos, garantindo 34% da energia em 2023. Projetos visam descarbonização e eficiência energética, utilizando resíduos. Iniciativas sustentáveis ajudam a reduzir emissões e custos na indústria.
Caroço de açaí é usado para gerar energia em usina da Votorantim Cimentos (Foto: Divulgação)
Ouvir a notícia:
Iniciativas inovadoras buscam alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis no Brasil
Ouvir a notícia
Iniciativas inovadoras buscam alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis no Brasil - Iniciativas inovadoras buscam alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis no Brasil
A redução dos custos de produção e a agenda de descarbonização estão impulsionando projetos significativos em empresas brasileiras, que buscam utilizar resíduos para gerar energia em vez de combustíveis fósseis. Essas iniciativas não apenas garantem uma destinação adequada para resíduos prejudiciais ao meio ambiente, mas também visam o autoconsumo sem comprometer a eficiência energética. A Capricórnio Têxtil, que detém quase 18% do mercado de denim no Brasil, investiu R$ 12 milhões para substituir o gás natural por biomassa em sua planta de São Carlos (SP), que responde por 60% de sua produção. Desde 2022, a energia é gerada a partir de cavaco de madeira reciclada, reduzindo os custos mensais de R$ 2 milhões para R$ 850 mil.
O diretor de marketing e sustentabilidade da Capricórnio Têxtil, João Bordignon, destacou que o projeto se pagou em um ano e resultou em uma redução de 87% nas emissões de escopo 2, relacionadas ao consumo de energia elétrica. A empresa planeja instalar uma nova caldeira de biomassa em Bragança Paulista (SP), com um investimento estimado de R$ 4 milhões, com expectativa de aprovação até 2026. Por sua vez, a Agric, adquirida pela Energisa em 2023, iniciará a produção de biometano em Campos Novos (SC) no segundo semestre, com capacidade projetada de 25 mil m³/dia e tratamento de 350 toneladas de resíduos diários.
O sistema de geração de energia da Agric terá capacidade instalada de 1,1 megawatt, podendo ser duplicado, e a potência térmica alcançará 1 milhão de quilocalorias/hora. O investimento inicial é de R$ 60 milhões, podendo chegar a R$ 80 milhões com expansões. A Votorantim Cimentos também está investindo em biomassa, utilizando resíduos em suas 23 unidades de coprocessamento. No Pará, a empresa consome mais de 10 mil toneladas de caroço de açaí anualmente, enquanto em São Paulo utiliza pneus em fim de vida útil. Em 2023, mais de 1 milhão de toneladas de resíduos garantiram 34% da energia demandada pelas fábricas do grupo.
Os combustíveis alternativos, segundo Fábio Cirilo, gerente de ecoeficiência e energia da Votorantim Cimentos, são mais baratos e ajudam a reduzir os custos de produção. No entanto, a eficiência energética é um desafio, já que muitos resíduos têm poder calorífico inferior ao dos combustíveis fósseis. A empresa compensa essa limitação com um volume maior de coprocessamento, buscando sempre maximizar a eficiência energética e a qualidade dos subprodutos.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.