17 de fev 2025
Raízen registra prejuízo de R$ 2,57 bilhões e suspende distribuição de dividendos
Raízen reportou prejuízo de R$ 2,57 bilhões no terceiro trimestre de 2024/25. A empresa enfrenta alta dívida líquida de R$ 38,59 bilhões, com alavancagem de 3 vezes. Decidiu não distribuir dividendos, priorizando reestruturação e redução de custos. Incêndios e clima adverso impactaram a moagem e a qualidade da cana. A nova gestão busca simplificar operações e otimizar investimentos para recuperação.
Além do alto nível de despesas, o resultado foi afetado pela perda de moagem com clima adverso. (Foto: Raízen / Divulgação)
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A Raízen anunciou que não distribuirá dividendos aos acionistas em um esforço para reduzir seu endividamento, que atualmente é de R$ 38,59 bilhões, um aumento de 22,5% em relação ao ano anterior. A decisão foi comunicada durante uma teleconferência sobre os resultados financeiros da companhia, que registrou um prejuízo líquido de R$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre da safra 2024/25, revertendo um lucro de R$ 793,3 milhões no mesmo período do ano passado. O resultado foi impactado por despesas elevadas e pela perda de moagem devido a condições climáticas adversas e incêndios nos canaviais.
O diretor financeiro, Rafael Bergman, destacou que a empresa está focada em "organizar a casa" e revisar sua estratégia, priorizando a simplificação da estrutura e a disciplina nos investimentos. O CEO, Nelson Gomes, mencionou que a Raízen passou por um ciclo de crescimento intenso entre 2017 e 2024, o que trouxe complexidade e aumento de custos. A nova gestão busca reduzir o escopo das operações de trading e concentrar-se em açúcar, etanol e derivados, com um capex estimado de R$ 1,6 bilhão para a safra 2025/26.
Os resultados financeiros da Raízen foram considerados fracos por analistas, com o Ebitda ajustado caindo 20,5%, totalizando R$ 3,1 bilhões, abaixo das expectativas do mercado. A receita líquida cresceu 14,3%, alcançando R$ 66,87 bilhões, mas as despesas com vendas e administrativas aumentaram significativamente, pressionando as margens. A alavancagem da empresa, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, subiu para 3 vezes, refletindo um ambiente desafiador para a distribuição de combustíveis no Brasil.
Os analistas do BTG e do Bradesco BBI destacaram que a Raízen enfrenta um cenário complicado, com uma queima de caixa significativa e uma geração de caixa operacional negativa de R$ 4,4 bilhões no acumulado do ano. Apesar das dificuldades, as recomendações de compra foram mantidas por diversos bancos, que acreditam que uma melhora na geração de fluxo de caixa pode resultar em valorização das ações. O JPMorgan ressaltou que a mudança estratégica da Raízen, focada na criação de valor e otimização de sua estrutura de capital, é vista como positiva para o futuro da empresa.
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