17 de fev 2025
Sete Brasil é declarada falida após quase uma década de recuperação judicial
A Sete Brasil, fornecedora de sondas, faliu após dívidas de R$ 36 bilhões. A falência foi decretada pela Justiça do Rio de Janeiro em dezembro de 2025. A Licks Associados defende a falência para investigar crimes de corrupção. A empresa foi criada em 2010 durante a euforia do pré sal, mas afundou em escândalos. Executivos da Sete Brasil e Petrobras foram implicados em esquema de propinas.
Justiça do Rio de Janeiro decretou, em dezembro, a falência da empresa (Foto: Agência Estado/VEJA)
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Após quase uma década em recuperação judicial, a Sete Brasil teve sua falência decretada pela Justiça do Rio de Janeiro em dezembro de 2023. A empresa, que já foi vista como um símbolo das ambições industriais brasileiras, enfrenta dívidas que superam R$ 36 bilhões. A falência é um reflexo das consequências da corrupção e má gestão, além de servir como alerta sobre os riscos da intervenção estatal em negócios, muitas vezes guiada por interesses políticos.
A Sete Brasil recorreu da decisão, mas o mérito da questão ainda não foi analisado, aguardando as contrarrazões da Licks Associados, que defende a falência. A consultoria argumenta que a continuidade da empresa beneficia apenas aqueles envolvidos em crimes de corrupção, pois a falência obrigaria a administração judicial a investigar as irregularidades cometidas. A queda da Sete Brasil é um exemplo das políticas industriais falhas implementadas durante o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2007 e 2010.
A criação da Sete Brasil, em 2010, visava fornecer sondas de perfuração para o pré-sal, em um momento de otimismo com as reservas de petróleo. O projeto previa a construção de 28 sondas ultra-profundas, com um custo estimado em US$ 25 bilhões, representando cerca de metade do orçamento da Petrobras na época. Contudo, apenas quatro sondas foram entregues, enquanto a empresa se afundava em um escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato.
Executivos da Sete Brasil e da Petrobras, como João Carlos Ferraz e Pedro Barusco, foram implicados em um esquema de propinas que desviava recursos para o Partido dos Trabalhadores (PT). Ferraz admitiu ter recebido milhões em propinas, com 0,9% de cada contrato destinado a pagamentos ilícitos. Em 2016, a Sete Brasil pediu recuperação judicial com uma dívida de R$ 19 bilhões, valor que praticamente dobrou desde então, enquanto os esforços de recuperação se mostraram ineficazes, prolongando o desfecho da situação.
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