18 de fev 2025
Governo mantém mistura de biodiesel em 14% e ações da 3Tentos despencam 6%
O CNPE adiou aumento da mistura de biodiesel para 15%, mantendo em 14%. A decisão visa conter a alta dos preços dos alimentos, especialmente do óleo de soja. Críticas surgem do setor produtivo, que vê a medida como um erro político. A criação de um grupo de trabalho busca diversificar matérias primas do biodiesel. Expectativas de crescimento no setor são ameaçadas pela falta de previsibilidade.
Foto: Reprodução
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O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu manter a mistura de biodiesel ao óleo diesel em 14%, adiando o aumento para 15%, que estava previsto para 1º de março. A medida, segundo o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, busca conter os aumentos de preço do diesel, que impactam os custos dos alimentos devido à dependência do transporte rodoviário. A decisão será válida até nova deliberação, que pode ocorrer a qualquer momento.
Atualmente, o preço do biodiesel no Brasil apresenta um prêmio de R$ 2,19/l em relação ao diesel fóssil, o que representa 59% a mais. As ações da 3Tentos (TTEN3) caíram 5,89%, cotadas a R$ 15,66. O Bradesco BBI considera a decisão uma má notícia para os produtores de biodiesel, especialmente pela incerteza sobre quando a mistura poderá ser elevada. A análise aponta que a margem de contribuição do biodiesel foi crescente, mas a mistura menor pode afetar as margens da empresa no primeiro semestre de 2025.
O governo justifica a decisão como uma tentativa de controlar os preços dos alimentos, que são prioridade. O aumento do preço do óleo de soja, que subiu quase 30% em 2024, é atribuído ao incremento na mistura de biodiesel. O setor produtivo critica a decisão, afirmando que a inflação é causada por fatores externos, como a alta do dólar e a quebra da safra de soja. Além disso, o CNPE aprovou uma operação conjunta para combater fraudes na mistura obrigatória do biodiesel.
A Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) expressou preocupação com o adiamento da mistura de 15%, afirmando que isso compromete investimentos e a previsibilidade do setor. A Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio) também criticou a decisão, ressaltando que o aumento da mistura poderia reduzir o preço da carne e fortalecer a balança comercial. O CNPE, por sua vez, criou um Grupo de Trabalho para diversificar as matérias-primas do biodiesel, visando incluir produtos como macaúba e babaçu, promovendo a sustentabilidade e a inclusão social na cadeia produtiva.
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