21 de fev 2025
Brasil inova com combustível de avião sustentável que promete descarbonizar transportes
Pesquisadores da UFMG desenvolveram tecnologia inovadora para SAF, sem hidrogênio. O uso de fosfato de nióbio como catalisador reduz custos e aumenta segurança. Processo opera a 350 °C e 10 bar, com conversão de até 95% dos óleos. Tecnologia atende normas ASTM D7566, com propriedades compatíveis ao querosene. Inovação posiciona Brasil como líder em biocombustíveis avançados e descarbonização.
BIOCOMBUSTÍVEIS: solução promissora para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, como o CO₂, que impactam diversos setores de transporte (Foto: maruboland/AdobeStock/Reprodução)
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Os biocombustíveis estão se consolidando como uma alternativa eficaz para a redução das emissões de gases de efeito estufa, especialmente no setor de transporte, que inclui a aviação, responsável por cerca de 2,5% das emissões globais. Anualmente, esse setor consome aproximadamente 390 bilhões de litros de querosene de aviação. A busca por Combustíveis de Aviação Sustentáveis (SAF) tem se intensificado, impulsionada por compromissos internacionais como o NET ZERO, que visa zerar as emissões líquidas de CO₂ até 2050.
A produção de SAF enfrenta desafios, como atender aos rigorosos requisitos da norma ASTM D7566 e da Resolução ANP 856, além de ser compatível com aeronaves existentes. Os SAF devem ser “drop-in”, ou seja, podem substituir combustíveis fósseis sem modificar motores ou infraestrutura. Características como estabilidade térmica, alto poder calorífico e baixo ponto de congelamento são essenciais para garantir desempenho em altas altitudes.
O hidroprocessamento de ésteres e ácidos graxos (HEFA) é uma das rotas mais comuns para a produção de SAF. Essa tecnologia transforma óleos vegetais ou gorduras em bio-hidrocarbonetos, mas exige condições severas de operação, elevando custos. Para contornar esses desafios, pesquisadores da UFMG desenvolveram uma tecnologia que elimina o uso de hidrogênio, utilizando fosfato de nióbio (NbOPO₄) como catalisador em um processo de pirólise de óleos de palma, reconhecida no “Prêmio ANP 2024 de Inovação Tecnológica”.
O novo processo opera em condições mais brandas, com temperatura de 350 °C e pressão de 10 bar, reduzindo custos e aumentando a segurança. Os testes mostraram uma conversão de até 95% dos óleos em hidrocarbonetos, com produção de 21% de biogasolina, 83% de SAF e 80% de diesel verde. A fração SAF atendeu aos requisitos da norma ASTM D7566, com temperatura de congelamento de -47 °C e poder calorífico de 44 MJ/kg. Essa inovação destaca a sustentabilidade e viabilidade econômica do método, contribuindo para a descarbonização do setor de transportes e posicionando o Brasil como líder em biocombustíveis avançados.
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