23 de fev 2025
Cohousing surge como alternativa à crise imobiliária na Espanha
A crise habitacional na Espanha é impulsionada pela especulação imobiliária. O modelo de cohousing, originado na Dinamarca, está em expansão no país. Existem 179 projetos de cohousing em andamento, com foco em idosos e grupos intergeracionais. O modelo oferece taxas mensais de aluguel entre $300 e $700, abaixo do mercado. A falta de apoio governamental é um desafio para a consolidação do cohousing.
"O projeto de habitação colaborativa Ametxe em Gordexola, na região do País Basco, no norte da Espanha. (Foto: Reprodução)"
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A especulação imobiliária tem se tornado um dos principais obstáculos para o acesso à moradia, contribuindo para uma crise que afeta diretamente os cidadãos. As habitações disponíveis muitas vezes não atendem às necessidades dos moradores, priorizando a individualização e o isolamento. Em contrapartida, o cohousing surge como uma alternativa viável, originada na Dinamarca na década de 1960, funcionando como uma cooperativa que promove a gestão democrática das comunidades. Este modelo permite que os residentes compartilhem espaços e serviços, evitando a especulação e a comercialização das propriedades.
Os projetos de cohousing variam em termos de custo, com contribuições iniciais que podem oscilar entre R$ 5 mil e R$ 40 mil, dependendo de subsídios públicos. Os moradores pagam mensalidades que ficam entre R$ 1.500 e R$ 3.500, valores que são, em média, 15% a 20% inferiores aos preços de mercado. Rubén Méndez, do grupo de habitação cooperativa REAS, destaca que esse modelo é uma solução para a crise habitacional na Espanha, promovendo acesso a diferentes faixas de renda. Atualmente, existem 179 projetos de cohousing em andamento no país, com a expectativa de que o número de residências habitadas cresça de 100 em 2020 para mais de 2.000 até 2025.
Entre os projetos mais notáveis, destaca-se La Borda, em Barcelona, que abriu suas portas em 2018 como uma comunidade autogerida. A Catalunha é a região mais avançada nesse movimento, com 1.000 casas colaborativas construídas entre 2016 e 2024, resultado de uma colaboração público-cooperativa. Muitos projetos são voltados para a terceira idade, oferecendo uma alternativa ao isolamento e promovendo um envelhecimento ativo e saudável. O complexo Entrecantos, em Madrid, é um exemplo, com 35 apartamentos destinados a pessoas entre 50 e 70 anos.
Além de atender a idosos, o cohousing também se adapta a grupos intergeracionais, mulheres, pessoas LGBTQ+ e jovens. Cada projeto é único, desenvolvido de acordo com as necessidades do grupo. O projeto Axuntase, em Asturias, é um exemplo de iniciativa intergeracional, com 30 casas e áreas comuns em construção. A presidente do projeto, Mary Asun Rodríguez, enfatiza a falta de apoio público e a necessidade de reconhecimento do valor social que essas iniciativas oferecem. A demanda por melhores condições fiscais e apoio governamental é uma constante entre os defensores do cohousing, que acreditam que esse modelo pode gerar riqueza e valor social significativo.
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