BRF registra lucro de R$ 868 milhões no 4T24 e R$ 3,7 bilhões em 2024, mas decepciona mercado

A BRF (BRFS3) divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2024, destacando um ano histórico com receita líquida de R$ 61,4 bilhões, um aumento de 14% em relação a 2023. O lucro do quarto trimestre foi de R$ 868 milhões, representando um crescimento de 15% em comparação ao mesmo período do ano anterior, embora tenha ficado 10% abaixo do consenso da Bloomberg. A receita do trimestre alcançou R$ 17,5 bilhões, alta de 21,5% em relação ao quarto trimestre de 2023. A empresa também anunciou a retomada dos pagamentos de dividendos e programas de recompra de ações.

Durante a coletiva de imprensa, a gestão da BRF abordou a alta dos preços de commodities, especialmente do milho, e a estratégia de estocagem adotada para mitigar riscos. Leonardo Dallorto, vice-presidente de Mercado Internacional, afirmou que a empresa se preparou para os desafios do mercado, garantindo um custo eficiente. Além disso, a BRF destacou que, apesar da presença de casos de gripe aviária, a oferta e demanda estão equilibradas, com o Brasil mais preparado para lidar com a situação.

O consumo no Brasil continua resiliente, com Miguel Gularte, diretor presidente, ressaltando o fortalecimento das marcas da BRF no mercado. O crescimento no Sudeste asiático, especialmente nas Filipinas e no México, também foi mencionado como parte da estratégia de expansão internacional da companhia. Essa diversificação busca reduzir riscos associados à concentração em mercados específicos.

No mesmo dia, as ações da BRF caíram 8,05%, enquanto as da Marfrig (MRFG3) subiram 5,31% após resultados distintos. A Marfrig reportou um Ebitda ajustado 3% acima das expectativas, enquanto a BRF apresentou resultados abaixo do esperado, levantando dúvidas sobre uma possível virada de ciclo. O BBI e a XP Investimentos mantiveram recomendações neutras para a BRF, destacando a necessidade de atenção às margens e ao desempenho futuro da companhia.