Fundadores da Tok&Stok formalizam proposta para adquirir controle da Mobly

Os fundadores da Tok&Stok, Régis Dubrule, Ghislaine Dubrule e Paul Jean Marie Dubrule, manifestaram interesse em adquirir até 100% das ações da Mobly, uma plataforma digital concorrente. Em um comunicado divulgado no último sábado, 1º de março, os Dubrule informaram que pretendem realizar uma oferta pública voluntária para obter o controle da Mobly, que possui um capital social de 122,8 milhões de ações ordinárias (MBLY3). O valor proposto é de 68 centavos de real por ação, totalizando uma possível aquisição de até R$ 83,5 milhões.

Para concretizar a compra, os fundadores da Tok&Stok estabeleceram algumas condições. A primeira exige a aquisição de, no mínimo, 85 milhões de ações da Mobly. Além disso, eles pedem a extinção da cláusula de "poison pill" do estatuto da Mobly, a subscrição das debêntures da Tok&Stok e a renúncia dos detentores dessas debêntures em declarar vencimento antecipado, caso a aquisição prossiga. Essa proposta representa uma mudança significativa na relação entre as duas empresas.

A Tok&Stok, fundada em 1978, foi vendida ao fundo de private equity Carlyle em 2012 por R$ 700 milhões. Desde então, a empresa passou por diversas reestruturações e, em 2021, a gestora SPX adquiriu a operação local da Carlyle, o que gerou conflitos judiciais com os Dubrule. A Tok&Stok enfrenta problemas financeiros, com uma dívida superior a R$ 600 milhões, e pediu recuperação extrajudicial em agosto do ano passado, coincidentemente no mesmo dia em que a Mobly anunciou um acordo para se fundir à Tok&Stok.

Se a oferta for bem-sucedida, a família Dubrule poderá recuperar o controle da Mobly, que se tornou a maior empresa de móveis e decoração do Brasil, com um faturamento estimado em R$ 1,6 bilhão. Em sua carta à Mobly, os Dubrule afirmaram que, com sua experiência no setor, acreditam ser capazes de impulsionar os resultados da Mobly, assim como fizeram com a Tok&Stok durante sua gestão.