Economia

Empresas argentinas se fortalecem com saída de multinacionais do país

Multinacionais como Telefónica e Mercedes Benz venderam operações na Argentina. Empresas locais, como Telecom e Newsan, expandem se em meio a desconfiança. Especialistas apontam que restrições cambiais dificultam novos investimentos. Contexto atual é mais incerto que nos anos noventa, com taxas de juros altas. Investidores estrangeiros estão cautelosos, aguardando provas de estabilidade.

"Um homem fala ao telefone celular em frente à sede da Telecom em Buenos Aires, Argentina, em uma fotografia de arquivo. (Foto: Diego Giudice/Bloomberg)"

"Um homem fala ao telefone celular em frente à sede da Telecom em Buenos Aires, Argentina, em uma fotografia de arquivo. (Foto: Diego Giudice/Bloomberg)"

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Os planos econômicos de Carlos Menem na Argentina nos anos noventa e de Javier Milei atualmente compartilham a redução do Estado e medidas de desregulamentação e abertura ao capital estrangeiro. Contudo, ao contrário da época de Menem, quando multinacionais se instalaram no país, hoje grandes empresas estão se retirando. Recentemente, a Telefónica anunciou a venda de sua filial argentina para o grupo local Telecom, seguindo o exemplo da Mercedes Benz e de outras corporações como Exxon Mobile e Procter & Gamble.

Essas transações têm um padrão comum: empresas argentinas estão adquirindo negócios de multinacionais, ampliando seu tamanho. O conhecimento do mercado local e a capacidade de adaptação conferem uma vantagem competitiva aos empresários argentinos. Segundo Julio Fermo, diretor de um banco de investimento, as multinacionais estão aproveitando uma "janela" para deixar o país, resultado de planos estratégicos que se estendem por toda a região, como no caso da Mercedes Benz, que também vendeu uma fábrica no Brasil.

A Telefónica, que decidiu se retirar do mercado argentino há anos, vendeu sua operação por 1.245 milhões de euros, o que está sendo investigado sob a legislação antimonopólio. A ex-secretária de Comércio Exterior, Marisa Bircher, observa que algumas empresas estão crescendo devido a incentivos do governo, enquanto outras buscam novas áreas para mitigar os impactos da abertura de importações promovida por Milei. A Newsan, por exemplo, adquiriu o negócio da Procter & Gamble e se tornou um grande player no mercado de consumo.

Bircher destaca que o cenário internacional atual é muito diferente do dos anos noventa, quando a globalização favorecia o capital estrangeiro. Hoje, a incerteza econômica, taxas de juros crescentes e tensões comerciais dificultam a atração de investimentos. Apesar do Régime de Incentivos para Grandes Investimentos (Rigi) aprovado pelo Congresso, a desconfiança em relação à Argentina persiste, dificultando a entrada de novos investidores. Fermo ressalta que os investidores estão cautelosos, esperando provas concretas de que mudanças significativas estão em andamento no país.

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