Economia

E-commerce internacional em queda; varejo local se beneficia com nova taxação

O e commerce internacional no Brasil enfrenta queda nas transações, com 11 milhões de pacotes processados em janeiro. A nova taxa de importação de 20% impactou negativamente o volume financeiro, reduzindo em 34% em relação a julho de 2024. Marketplaces estrangeiros, como Mercado Livre e Amazon, aumentaram sua participação no tráfego, enquanto operadores locais enfrentam quedas significativas. A elevação do ICMS para 20% em abril deve intensificar a carga tributária sobre compras internacionais. Apesar das críticas, a nova taxação é vista como um avanço para o varejo nacional, beneficiando empresas como Lojas Renner e C&A.

O logo da Shein em cabides de roupas em loja "pop-up" da empresa em Dublin, na Irlanda, em 8 de novembro de 2022. (Foto: Paulo Nunes dos Santos/Bloomberg)

O logo da Shein em cabides de roupas em loja "pop-up" da empresa em Dublin, na Irlanda, em 8 de novembro de 2022. (Foto: Paulo Nunes dos Santos/Bloomberg)

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O volume de transações no e-commerce internacional no Brasil continua em queda, conforme dados da Receita Federal analisados pelo JPMorgan. Em janeiro de 2024, o número de pacotes processados pelo programa Remessa Conforme foi de 11 milhões, um número consideravelmente inferior aos 14 milhões de novembro de 2024 e distante do pico de 20 milhões antes da implementação da taxa de importação de 20%. O volume financeiro em reais apresentou uma redução de 6% em relação ao ano anterior, ficando 34% abaixo do registrado em julho de 2024, último mês antes da nova tributação. A quantidade de pacotes caiu 27% em comparação ao mesmo período do ano anterior, marcando uma queda de 43% em relação ao maior volume já registrado.

Apesar da desvalorização do real, o tíquete médio das compras em dólar permanece elevado, o que pode beneficiar varejistas nacionais como Lojas Renner, Hering, Mercado Livre, Magazine Luiza, Petz e C&A. A partir de abril de 2024, a elevação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para 20% sobre compras internacionais de até US$ 50 deve intensificar essa tendência. A mudança na tributação, que gerou descontentamento entre consumidores, foi resultado de pressões do setor varejista nacional, que buscava igualdade nas regras fiscais com plataformas estrangeiras.

Os três principais marketplaces estrangeiros, Mercado Livre, Amazon e Shopee, aumentaram sua participação no e-commerce brasileiro, passando de 63,8% para 74,6% em um ano, segundo relatório do BTG Pactual. O Mercado Livre viu sua fatia de tráfego crescer de 30,8% para 32,2%, enquanto a Shopee teve um aumento significativo, subindo de 10,5% para 18,2%. Em contrapartida, o Magazine Luiza e o Grupo Casas Bahia enfrentaram quedas em suas participações, refletindo a dificuldade dos operadores locais em competir com os gigantes internacionais.

O e-commerce brasileiro, por sua vez, registrou uma queda de 9% no número de visitantes mensais, totalizando 789,2 milhões em janeiro de 2024. A Shopee dobrou seu volume de vendas no país, alcançando R$ 60 bilhões, enquanto o Mercado Livre aumentou suas vendas em US$ 5 bilhões, totalizando US$ 25 bilhões. A nova direção da Amazon no Brasil implementou um plano para aumentar a competitividade, com foco em ampliar a malha logística e o portfólio de produtos, além de dobrar a venda de produtos nacionais na plataforma.

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