Tesla enfrenta queda acentuada nas ações devido a vendas fracas e polêmica política de Musk

A insatisfação com Elon Musk não se limita apenas a liberais e funcionários do governo; investidores também estão preocupados com a queda acentuada das ações da Tesla. Após uma alta de 84% após as eleições, as ações da montadora despencaram 40% desde o pico, perdendo mais de um terço de seu valor desde que Donald Trump assumiu a presidência. Essa queda é atribuída à crescente visibilidade de Musk na administração Trump, onde ele tem promovido cortes de gastos e demissões em massa, além de um aumento na concorrência, especialmente de montadoras chinesas.

As vendas globais da Tesla estão enfrentando uma queda significativa, com uma redução de 50% nas vendas na Europa e uma queda de 29% na China, seu segundo maior mercado. Nos Estados Unidos, as vendas caíram 16% entre dezembro e janeiro. Embora essa queda possa ser atribuída a fatores sazonais, analistas como Gordon Johnson afirmam que a insatisfação com Musk e a concorrência estão impactando as vendas. A lealdade dos consumidores também está mudando, com uma pesquisa mostrando que 32% dos compradores nos EUA não considerariam adquirir um Tesla, um aumento em relação ao ano anterior.

Enquanto alguns analistas permanecem otimistas, como Gene Munster, que acredita que a associação de Musk com Trump pode trazer benefícios, outros, como Ben Kallo, expressam preocupações sobre a influência política de Musk e seu impacto nas vendas. Kallo prevê riscos para as entregas do primeiro trimestre, citando a renovação do Model Y e a incerteza gerada pela presença de Musk no governo. Apesar das dificuldades, a TD Cowen elevou a classificação das ações da Tesla, destacando seu potencial no mercado de veículos autônomos.

A divisão entre analistas é evidente, com 26 recomendando compra e 12 sugerindo venda. A Baird, embora mantenha uma classificação de desempenho superior, alertou sobre riscos associados às entregas e à influência de Musk na administração Trump. A expectativa de crescimento a longo prazo da Tesla permanece, impulsionada por iniciativas de robô-táxi e promessas de condução autônoma, embora muitos questionem a viabilidade dessas promessas, que têm sido feitas há mais de uma década.