Governo e mercado se unem para impulsionar o crescimento de data centers no Brasil

O mercado de data centers está em expansão global, impulsionado pela demanda por serviços de nuvem, crescimento da inteligência artificial e digitalização da economia. No Brasil, os investimentos podem ultrapassar US$ 6,5 bilhões anuais até 2030. A cooperação entre governo e setor privado é crucial para posicionar o país como um dos principais destinos para esse setor, aproveitando sua matriz energética renovável e localização estratégica.

O recente anúncio do Ministério de Minas e Energia sobre um decreto-lei para incentivar a instalação de data centers é um passo positivo. O governo pretende focar no Nordeste, que possui vantagens como proximidade com cabos submarinos e geração de energia renovável. No entanto, um plano equilibrado que valorize tanto o eixo São Paulo-Campinas quanto outras regiões é essencial para consolidar o Brasil como um polo global.

A diversificação dos projetos de data centers é outro aspecto importante. Com a ascensão da inteligência artificial, a localização das infraestruturas depende mais da disponibilidade de energia elétrica confiável do que da proximidade com centros urbanos. Os data centers hyperscale, que consomem grandes volumes de eletricidade, devem ser implantados em regiões com ampla geração de energia limpa.

A relação com os Estados Unidos também é determinante. O novo governo americano anunciou um pacote de US$ 20 bilhões para o setor, criando uma complementaridade entre os dois países. O Brasil pode se tornar uma solução viável para a demanda americana, captando investimentos que ampliem a capacidade de processamento de dados na América Latina e reduzam a pressão sobre a infraestrutura dos EUA. A criação de incentivos fiscais e a redução de tributos são medidas que podem acelerar o crescimento do setor no Brasil.