Minerva registra prejuízo de R$ 1,57 bilhão no quarto trimestre de 2024 devido ao câmbio

A Minerva Foods, a maior exportadora de carne bovina da América do Sul, registrou um prejuízo líquido de R$ 1,57 bilhão no quarto trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 19,8 milhões do mesmo período de 2023. O resultado negativo foi impactado pela alta do dólar, que aumentou o endividamento da empresa. O diretor financeiro, Edison Ticle, destacou que, apesar de uma política de hedge que protege parte da exposição ao câmbio, a variação cambial resultou em uma despesa não-caixa de R$ 1,8 bilhão.

Em contrapartida, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançou R$ 943,7 milhões, um crescimento de 55,8% em relação ao ano anterior, com a receita líquida subindo 73,8%, totalizando R$ 10,7 bilhões. Ticle atribuiu esse aumento a preços mais altos dos produtos, tanto no mercado interno quanto externo, e mencionou que a alta nos preços da arroba bovina, que variou entre 30% e 35%, não impediu o crescimento do Ebitda.

No acumulado de 2024, a Minerva registrou um Ebitda de R$ 3,13 bilhões, um aumento de 22%, enquanto a receita cresceu 26,7%, totalizando R$ 34,07 bilhões. O resultado líquido foi um prejuízo de R$ 1,56 bilhão, pressionado pela variação cambial. Ticle também comentou sobre a expectativa de resposta do Uruguai em relação à compra de três unidades da Marfrig, prevendo um retorno até julho de 2024.

A dívida líquida da Minerva atingiu R$ 15,6 bilhões, um aumento de 75,9%, com a alavancagem em 3,7 vezes. Ticle acredita que, em três trimestres, a empresa conseguirá extrair sinergias das novas plantas adquiridas, elevando a capacidade de utilização a 75% e prevendo um Ebitda de R$ 1,3 bilhão para essas unidades. No cenário internacional, os Estados Unidos se destacam como o principal comprador dos produtos da Minerva, seguidos pela China, e a empresa vê oportunidades de crescimento em meio à guerra comercial entre os dois países.