Cyrela registra lucro recorde e vendas em alta, mas enfrenta incertezas para 2025

A Cyrela apresentou um desempenho financeiro robusto no quarto trimestre de 2024, com lucro líquido de R$ 497 milhões, um aumento de 100% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o lucro foi de R$ 248 milhões. No acumulado do ano, a empresa registrou um lucro de R$ 1,65 bilhão, representando uma alta de 75% em comparação a 2023. O CFO Miguel Mickelberg destacou que o forte desempenho nas vendas foi o principal impulsionador desse resultado, considerando o trimestre como "provavelmente o mais forte da história da Cyrela".

Durante 2024, a construtora lançou 54 empreendimentos com um potencial de R$ 9,6 bilhões em valor geral de vendas (VGV), um crescimento de 45% em relação ao ano anterior. As vendas líquidas também mostraram um desempenho positivo, alcançando R$ 9,3 bilhões, um aumento de 44%. No quarto trimestre, foram 21 lançamentos com VGV potencial de R$ 4,9 bilhões, um crescimento expressivo de 184% em relação ao mesmo período de 2023. As vendas líquidas, excluindo permutas, subiram 93%, totalizando R$ 3,5 bilhões.

Apesar do volume recorde de lançamentos, a Cyrela vendeu apenas 57% dos novos empreendimentos no quarto trimestre. Mickelberg expressou incertezas sobre a manutenção da demanda em 2025, especialmente com o aumento das taxas de financiamento imobiliário. Ele ressaltou que a Cyrela está preparada para lançar um volume significativo de novos projetos, dependendo das condições do mercado, mas alertou que, se as condições não forem favoráveis, a empresa poderá reduzir o número de lançamentos.

A construtora ainda não observou um impacto significativo dos juros nos distratos, mas notou uma mudança no comportamento dos clientes, que estão optando por quitar imóveis com recursos próprios. Historicamente, 45% dos clientes da Cyrela utilizavam financiamento, enquanto esse número caiu para 41% em 2024. O mix de lançamentos também mudou, com um aumento na participação da marca Vivaz, voltada para o segmento econômico, e um crescimento na fatia de empreendimentos de alto padrão. Mickelberg acredita que o segmento do Minha Casa Minha Vida (MCMV) pode expandir ainda mais, especialmente com a proposta de uma nova faixa de renda.