Retailers com forte base de membros estão prontos para enfrentar a recessão, afirma Bernstein

O cenário econômico atual apresenta desafios para os consumidores, com a confiança no futuro da economia atingindo um mínimo de 12 anos, conforme reportado pelo Conference Board. Em meio a essa incerteza, a análise da Bernstein sugere que ações de varejo com números robustos de membros e altas taxas de retenção são as mais indicadas para enfrentar uma possível recessão. O analista Nikhil Devnani destacou que Amazon, Walmart e Costco estão bem posicionados para suportar a tempestade econômica, devido à sua combinação de categorias defensivas, valor relativo e fidelização de membros.

A pressão econômica é exacerbada pela política de tarifas do presidente Donald Trump, que deve implementar tarifas recíprocas a partir de 2 de abril. Embora haja especulações sobre a possibilidade de limitar o escopo dessas tarifas, a incerteza macroeconômica continua a impactar o crescimento. Devnani observou que, em um ambiente de e-commerce, a lealdade dos membros e o valor bruto das mercadorias são fatores diferenciadores, com Amazon e Walmart competindo pela liderança no setor.

Recentemente, a Amazon superou a Walmart em receita trimestral pela primeira vez, refletindo uma mudança significativa no mercado. A Costco, por sua vez, tem se destacado como um destino confiável para compras de itens essenciais em tempos difíceis, focando em repassar economias aos consumidores e em aumentar sua receita por meio de vendas de membros. O CEO da Costco, Ron Vachris, mencionou que a empresa está tentando limitar aumentos de preços em resposta às tarifas.

A Bernstein manteve uma classificação de desempenho superior para as três empresas, com metas de preço que sugerem um potencial de valorização significativo: US$ 275 para Amazon, US$ 113 para Walmart e US$ 1.177 para Costco. Apesar de um desempenho negativo no início do ano, com quedas de mais de 6% para Amazon e 5% para Walmart, a Costco teve uma leve alta de 1%. A análise da Bernstein sobre o setor de e-commerce permanece cautelosa, dado que um grupo de ações do setor caiu cerca de 15% desde os picos de fevereiro.