26 de mar 2025
Crescimento das cervejas sem álcool transforma mercado brasileiro de bebidas
Crescimento de 200% nas vendas de cervejas sem álcool no Brasil revela nova tendência de consumo saudável e oportunidades para a indústria.
Categoria ainda responde por uma pequena fatia no país e representa 1,2% do volume total de cerveja no mercado (Foto: Patricia Stavis/Folhapress)
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A crescente demanda por bebidas mais saudáveis e com menor teor alcoólico tem impulsionado a indústria cervejeira a investir em cervejas sem álcool. Dados da consultoria Euromonitor indicam que a venda desse tipo de cerveja no Brasil saltou de 197,8 milhões de litros em 2020 para 649,9 milhões de litros em 2023, um crescimento superior a 200%. A expectativa é que, até 2025, o consumo anual chegue próximo a 1 bilhão de litros. A Ambev, por exemplo, reportou um crescimento de 20% no segmento de cervejas sem álcool em 2024, destacando marcas como Corona Cero e Budweiser Zero.
A AB Inbev também observou um aumento significativo, com a receita de bebidas não alcoólicas crescendo 23% em 2024 em relação ao ano anterior. A Corona Cero teve um avanço na receita de 125% no mesmo período. A empresa projeta que o segmento de cervejas sem álcool crescerá cinco vezes mais rápido do que as cervejas convencionais entre 2023 e 2028. A Heineken, por sua vez, destacou a Heineken 0.0, que lidera o mercado e teve um aumento de 10% no volume de vendas no último ano.
Cecília Bottai Mondino, vice-presidente de marketing da Heineken no Brasil, ressaltou que o lançamento da Heineken 0.0 em 2020 ocorreu em um mercado ainda pequeno e em retração. Ela acredita que a mudança no comportamento do consumidor, que busca alternativas para reduzir o consumo de álcool, é um fator crucial para o crescimento do segmento. Apesar disso, a distribuição das cervejas sem álcool ainda enfrenta desafios, e a empresa está intensificando esforços para aumentar a disponibilidade em diversos canais de venda.
O Brasil, que ocupava a sétima posição em 2018 no consumo de cervejas sem álcool, subiu para a segunda posição em 2023, atrás apenas da Alemanha. Márcio Maciel, presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja, afirmou que o crescimento do segmento é uma mudança estrutural no comportamento de consumo. Ele destacou que os avanços tecnológicos nas cervejarias, como a destilação a vácuo, têm contribuído para a qualidade das cervejas sem álcool, que agora mantêm sabor e aroma semelhantes às versões alcoólicas.
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