Renault e Nissan ajustam aliança e preveem redução na dependência mútua

A Renault e a Nissan anunciaram uma flexibilização em sua aliança de longo prazo, permitindo que a montadora japonesa reduza sua participação cruzada para um mínimo de 10%, em comparação com os 15% anteriores. Essa mudança ocorre em um momento em que a Nissan enfrenta pressão para melhorar sua saúde financeira. A Renault, que mantém uma participação de 36% na Nissan, assumirá a joint venture na Índia e começará a produzir um carro elétrico pequeno para a Nissan a partir do próximo ano.

O novo acordo foi divulgado um dia antes da nomeação de Ivan Espinosa como novo CEO da Nissan, substituindo Makoto Uchida. A Nissan, que está lidando com uma linha de produtos desatualizada e incertezas econômicas, será liberada de um compromisso anterior de investimento na Ampere, a divisão de veículos elétricos da Renault. A Ampere desenvolverá um veículo baseado no modelo Twingo da Renault, com lançamento previsto para 2026.

A aquisição pela Renault da participação de 51% da Nissan na joint venture indiana visa expandir a presença da montadora francesa no mercado externo. O acordo ainda depende de aprovações regulatórias e deve ser finalizado até o final do primeiro semestre. As mudanças devem impactar o fluxo de caixa livre da Renault em cerca de € 200 milhões (aproximadamente US$ 216 milhões) neste ano.

O CEO da Renault, Luca de Meo, expressou que a empresa tem um "grande interesse" em ver a Nissan melhorar seu desempenho rapidamente. A Renault reafirmou suas previsões para o fluxo de caixa livre e a margem operacional para o ano, mesmo diante das mudanças na aliança.