Stifel reduz meta de preço da Tesla devido a expectativas de vendas mais baixas e riscos políticos

A Stifel alertou que um desaceleramento nas entregas do primeiro trimestre e os protestos contra a Tesla podem impactar o crescimento da empresa a curto prazo. O analista Stephen Gengaro manteve a recomendação de compra, mas reduziu o preço-alvo das ações em R$ 19, para R$ 455, o que ainda representa um potencial de valorização superior a 72% em relação ao fechamento da última sexta-feira. Gengaro revisou para baixo suas previsões de entregas para o primeiro trimestre e para o ano de 2025, citando um lançamento mais lento do novo Model Y e a introdução de um veículo elétrico mais acessível como fatores que podem afetar os volumes de vendas.

A Tesla deve apresentar um EV de baixo custo, possivelmente uma variante do Model Y, no primeiro semestre do ano. A empresa já reduziu os preços do Model Y devido à demanda global em queda e à crescente concorrência, especialmente na China. Gengaro expressou preocupação com o impacto das manifestações contra Elon Musk, que incluem danos a instalações da Tesla e vandalismo em veículos de clientes, como um obstáculo adicional para as vendas. Ele destacou que a produção do novo Model Y, que deve ser o carro mais vendido do mundo em 2024, representa um desafio de vendas no curto prazo.

Elon Musk comentou que sua participação na administração de Trump pode estar prejudicando o preço das ações da Tesla. Durante um evento em Wisconsin, Musk afirmou que a pressão política relacionada ao seu papel na Departamento de Eficiência Governamental está afetando a percepção pública da montadora. Ele observou que o valor das ações da Tesla caiu quase pela metade desde seu pico em dezembro, com uma queda de 34% até agora em 2024. Musk sugeriu que a atual desvalorização pode ser uma oportunidade de compra a longo prazo.

Além das questões políticas, a Tesla enfrenta desafios com a queda nas entregas de veículos e uma desaceleração nas vendas, especialmente na Europa. A Stifel também revisou suas projeções de vendas, citando incertezas no setor automotivo, como possíveis tarifas mais altas sobre importações e retaliações de parceiros comerciais. A combinação desses fatores tem gerado um cenário desafiador para a montadora, que busca se manter competitiva em um mercado em rápida evolução.