08 de abr 2025
A ascensão das ações de defesa na Europa e Ásia reflete a nova dinâmica geopolítica global
A crescente demanda por armamentos na Europa e na Ásia está impulsionando fabricantes locais, superando os EUA. A instabilidade nas alianças tradicionais, especialmente após a administração Trump, levou países a aumentar seus orçamentos de defesa e a buscar fornecedores mais confiáveis. Com a percepção de que os EUA não podem ser contados como aliados, nações europeias e asiáticas estão priorizando a compra de armamentos de empresas locais ou de aliados estratégicos, como a Coreia do Sul. Recentemente, a Alemanha e o Reino Unido anunciaram aumentos significativos em seus gastos com defesa, enquanto a União Europeia planeja mobilizar até € 800 bilhões ($ 883 bilhões) para fortalecer a segurança regional. Isso está beneficiando empresas como a ThyssenKrupp Marine Systems e a Rheinmetall, que esperam um aumento substancial nas vendas. Além disso, a Coreia do Sul tem se tornado um fornecedor importante, recebendo grandes pedidos de países europeus que buscam expandir seus arsenais. A mudança na percepção sobre investimentos em defesa, impulsionada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, também está fazendo com que fundos de investimento reconsiderem a inclusão de ações de defesa em suas carteiras, com muitos agora vendo essas ações como socialmente aceitáveis. A tendência sugere que a demanda por equipamentos de defesa deve se manter elevada nos próximos anos, refletindo uma nova realidade geopolítica.
Ações de defesa asiáticas e europeias têm superado suas contrapartes nos Estados Unidos. (Foto: Guvendemir | E+ | Getty Images)
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O aumento do investimento em defesa global, especialmente na Europa e na Ásia, reflete uma mudança significativa nas dinâmicas de segurança internacional. Após a administração Trump, muitos países passaram a questionar a confiabilidade dos Estados Unidos como aliados, resultando em um aumento nos orçamentos de defesa locais. Fabricantes de defesa fora dos EUA, especialmente na Europa e na Ásia, estão superando suas contrapartes americanas, com ações de empresas como ThyssenKrupp e Rheinmetall registrando ganhos expressivos.
A crescente desconfiança em relação aos EUA levou países europeus a priorizar compras de armamentos de fabricantes locais ou aliados estratégicos, como a Coreia do Sul. David Roche, estrategista da Quantum Strategy, destacou que a falta de confiança nas alianças tradicionais faz com que países busquem uma política de defesa mais autônoma, o que inclui a aquisição de equipamentos militares de fornecedores que compartilham objetivos estratégicos semelhantes. A recente decisão dos legisladores alemães de aumentar significativamente o orçamento de defesa é um exemplo dessa tendência.
Além disso, a demanda por armamentos está impulsionando também as ações de fabricantes asiáticos, que estão sendo contratados para suprir a crescente necessidade de equipamentos militares na Europa. Desde 2022, empresas sul-coreanas, como a Korea Aerospace Industries, têm recebido grandes pedidos de países europeus, como a Polônia, que busca expandir suas capacidades militares após doações de equipamentos à Ucrânia. A ST Engineering de Cingapura também se destacou ao garantir contratos para produção de munições para países europeus.
Por fim, a mudança na percepção sobre investimentos em defesa, que antes eram considerados socialmente inaceitáveis, está se transformando. Uma pesquisa recente revelou que 94% dos gestores de patrimônio veem ações de defesa como compatíveis com critérios de meio ambiente, social e governança (ESG). A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 foi um ponto de inflexão, levando a uma reavaliação do setor de defesa como essencial para a segurança nacional e estabilidade econômica.
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