Relógios impulsionam crescimento de 42% no varejo brasileiro em 2025

O mercado de relógios no Brasil surpreendeu ao registrar um crescimento de 42% nas vendas nos primeiros meses de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. O faturamento anual do setor, que saltou de R$ 950 milhões para R$ 1,4 bilhão entre 2020 e 2024, continua a crescer, desafiando previsões de declínio devido à concorrência com smartwatches.

Executivos do setor, como Renato Balbi, presidente da Monte Carlo Joias, expressam surpresa com o aumento. “Nenhuma empresa do setor previu esse aumento. Fomos pegos de surpresa”, afirma. Ele destaca que, ao longo de sua gestão, ouviu repetidamente que os relógios tradicionais estavam com os dias contados. “Estamos ampliando os espaços nas vitrines e expandindo a capacidade produtiva.”

A mudança no comportamento dos consumidores é um dos fatores que explicam essa tendência. Joaquim Ribeiro, presidente da Technos, observa que os relógios passaram a ser vistos como objetos aspiracionais. “Uma parte do mercado consome nossos produtos para compor o visual, enquanto outra os vê como símbolo de status”, explica. O segmento de colecionadores também tem crescido, atraindo entusiastas pelos mecanismos e materiais.

Fatores de Crescimento

O aumento no preço de metais preciosos, como ouro e prata, fez com que as joalherias intensificassem a promoção de relógios. Balbi observa que, para muitos homens, o relógio substitui a joia. Além disso, a nova geração de consumidores redescobriu o valor dos relógios tradicionais, impulsionada por influenciadores que destacam a beleza dos mecanismos.

Embora o crescimento dos relógios tradicionais seja notável, o mercado de smartwatches também se mantém forte. A consultoria Nielsen IQ GfK reportou um aumento de 9% na receita dessa categoria em 2024, com um crescimento de 37% no volume de vendas em relação a 2023. Esses dispositivos, focados em tecnologia e monitoramento de saúde, continuam a atrair um público específico.

A indústria de relógios, tanto na versão tradicional quanto na digital, demonstra resiliência, desafiando as previsões de que sua popularidade estaria em declínio.