Adidas mantém previsão financeira devido a incertezas sobre tarifas nos EUA

A Adidas decidiu não aumentar seu guidance financeiro para o ano devido à incerteza sobre as tarifas dos Estados Unidos, que podem impactar preços e a demanda por seus produtos. A empresa, que já enfrentou desafios com a eliminação gradual do negócio Yeezy, reportou lucros acima das expectativas no primeiro trimestre, exceto na América do Norte.

O presidente-executivo da Adidas, Bjoern Gulden, afirmou que as tarifas mais altas podem resultar em aumentos de preços nos EUA, mas é difícil prever o impacto na demanda. As ações da Adidas tiveram uma leve queda no início do pregão, mas a empresa ainda apresenta um desempenho superior ao da Nike e da Puma neste ano, com uma forte demanda por modelos clássicos como Samba e Gazelle.

Desempenho e Desafios

As vendas da Adidas superaram as expectativas em todos os mercados, exceto na América do Norte, onde a marca sentiu o impacto da saída do negócio Yeezy. O analista da RBC Capital Markets, Piral Dadhania, destacou que a Adidas está se destacando em um ambiente de consumo desafiador, apresentando um dos maiores crescimentos de receita e lucro entre as empresas do setor.

Embora a Adidas não dependa fortemente da produção na China, ela é afetada por tarifas aplicadas a produtos fabricados em países como Vietnã e Indonésia. A empresa está buscando garantir que seus parceiros varejistas nos EUA recebam os produtos desejados a preços competitivos. Em março, a Adidas previu um lucro operacional entre € 1,7 bilhão e € 1,8 bilhão para o ano, uma expectativa que não agradou a todos os investidores.

Perspectivas Futuras

A incerteza em torno das tarifas e a possibilidade de uma desaceleração na demanda por tênis retrô levantam questões sobre a capacidade da Adidas de manter seu crescimento. A empresa está tentando expandir sua linha de produtos, incluindo novos modelos como Tokyo e Taekwondo, enquanto avalia o comportamento de seus parceiros atacadistas nos EUA. Gulden reconheceu que existem incertezas que podem pressionar a perspectiva da empresa até o final do ano.