Apple enfrenta desafios com tarifas e busca diversificação na produção em meio a incertezas

A Apple deve anunciar uma possível redução em suas margens de lucro em seu próximo relatório de ganhos, previsto para quinta-feira. Analistas projetam uma queda maior do que a esperada, em meio a desafios impostos pelas tarifas do governo Trump. A empresa, que depende fortemente da produção na China, busca diversificar sua cadeia de suprimentos, especialmente para a Índia.

O CEO da Apple, Tim Cook, deve abordar como a companhia está lidando com as tarifas durante a apresentação. A Apple é uma das empresas mais afetadas pelas tarifas, que representam uma ameaça significativa à sua cadeia de suprimentos. As ações da empresa caíram nove por cento após o anúncio das tarifas em abril. Cook já afirmou que a empresa está monitorando a situação, mas não forneceu detalhes sobre suas estratégias.

Analistas da Evercore ISI estimam que a Apple pode reduzir sua previsão de margem bruta em 50 a 100 pontos base no próximo trimestre. A expectativa é que a empresa revele um lucro de R$ 1,62 por ação e receita de R$ 94,19 bilhões, representando um aumento de quase quatro por cento em relação ao ano anterior.

Produção na Índia

A Apple está intensificando a produção de iPhones na Índia, onde as tarifas são significativamente mais baixas, em comparação com os 145 por cento aplicados à China. A empresa já começou a enviar quantidades comerciais significativas de iPhones fabricados na Índia. No entanto, a transição completa pode levar cerca de um ano, segundo analistas.

Além disso, há rumores de um acordo comercial iminente entre a Apple e o governo indiano, que poderia melhorar ainda mais as condições de produção. A empresa também está avaliando a possibilidade de aumentar os preços de seus produtos, caso as tarifas permaneçam em vigor.

Desafios no mercado chinês

A receita da Apple na China, seu terceiro maior mercado, é uma preocupação crescente. O aumento do nacionalismo pode impactar as vendas, já que consumidores chineses podem optar por marcas locais. Analistas alertam que a retirada de produção da China pode não ser bem recebida pelos consumidores locais, que podem se sentir desmotivados a comprar produtos da Apple.

A Apple continua a enfrentar um cenário desafiador, mas a diversificação de sua produção e a comunicação com o governo dos Estados Unidos podem oferecer caminhos para mitigar os impactos das tarifas. O mercado aguarda ansiosamente os resultados financeiros e as declarações de Cook sobre o futuro da empresa.