01 de mai 2025

Cresce a preocupação com o preço dos livros e a formação de leitores no Brasil
Desafios históricos marcam o mercado editorial brasileiro, mas a nova Lei Cortez e políticas públicas buscam reverter a baixa no consumo de livros.
Foto:Reprodução
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O mercado editorial brasileiro enfrenta desafios históricos, com apenas 16% dos brasileiros acima de 18 anos comprando livros. A alta dos preços é um dos principais fatores que contribuem para essa realidade. Em 2024, a Lei Cortez foi aprovada, estabelecendo a fixação de preços de livros e combatendo descontos predatórios. Essa medida visa aumentar o acesso à leitura e fortalecer o mercado editorial.
A pesquisa Panorama do Consumo de Livros revelou que, entre 2017 e 2022, as vendas de livros cresceram 38%, atingindo 58,6 milhões de exemplares vendidos. No entanto, a pandemia trouxe um crescimento temporário, e a situação atual ainda é preocupante. O aumento do e-commerce, com plataformas como Amazon e Mercado Livre, representa 35% da receita das editoras, enquanto as livrarias físicas enfrentam dificuldades.
A diretora editorial da Fósforo, Rita Mattar, destaca que o preço dos livros é um tema debatido há décadas. Ela afirma que a percepção de que "o livro é caro" varia conforme a realidade socioeconômica de cada pessoa. O custo de produção, que inclui papel e impressão, também impacta o preço final. Em 2022, o aumento do preço do papel chegou a 65% em poucos meses, dificultando ainda mais a acessibilidade.
Políticas Públicas e Iniciativas
A regulamentação da Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE), assinada durante a 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, busca ampliar o acesso à leitura. Jéferson Assumção, do Ministério da Cultura, ressalta a importância de abordar a questão do preço do livro como uma reparação histórica, visando incluir populações marginalizadas.
A Lei Cortez, que aguarda análise na Câmara dos Deputados, estabelece que, nos primeiros doze meses após o lançamento, os varejistas poderão oferecer um desconto máximo de 10%. Essa medida é inspirada em legislações de outros países, como França e Alemanha, que visam proteger livrarias independentes e promover a diversidade cultural.
A editora Caroline Fernandes, fundadora da livraria Pulsa, relata os desafios enfrentados por pequenos negócios. Com a alta dos preços, muitos consumidores consideram o custo de um livro elevado em comparação a outras despesas. Em 2024, a Pulsa lançou uma campanha de financiamento coletivo, arrecadando recursos para manter suas operações e promover a literatura LGBTQIAP+.
O Futuro do Mercado Editorial
A luta contra o monopólio das grandes plataformas é uma prioridade para o setor. A aprovação da Lei Cortez é vista como um passo importante para garantir a sobrevivência das livrarias independentes. Especialistas acreditam que a valorização do livro e a formação de leitores são essenciais para reverter a tendência de queda no número de leitores.
A pesquisa de 2025 indica que 49% dos consumidores preferem comprar em livrarias físicas. A promoção de eventos culturais e a articulação entre leitura e festividades são estratégias sugeridas para aumentar o interesse pela literatura. O fortalecimento do ecossistema do livro é visto como um caminho para garantir um futuro mais acessível e diversificado para a leitura no Brasil.
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