Dívidas de clubes paulistas superam R$ 4 bilhões e apenas Palmeiras registra lucro

Os clubes de futebol paulistas enfrentam uma grave crise financeira, com dívidas que ultrapassam R$ 4,2 bilhões. Apenas o Palmeiras se destaca positivamente, apresentando uma redução no endividamento. Os dados são da consultoria Sports Value, que analisou os balanços dos quatro principais clubes do estado.

O Corinthians lidera o ranking de dívidas, com R$ 1,9 bilhão, seguido pelo São Paulo, com R$ 852,9 milhões, Palmeiras, com R$ 825,3 milhões, e Santos, com R$ 645,2 milhões. O Palmeiras foi o único a registrar uma diminuição de 12% na dívida entre 2023 e 2024. Segundo Amir Somoggi, da Sports Value, essa redução se deve a uma estratégia de aquisição de jogadores mais caros, resultando em um aumento do custo financeiro.

Deterioração Financeira

Em 2024, apenas três clubes da Série A, incluindo o Palmeiras, apresentaram superávit. O Palmeiras teve um resultado positivo de R$ 198 milhões, enquanto São Paulo e Corinthians registraram prejuízos de R$ 288 milhões e R$ 182 milhões, respectivamente. A situação é alarmante, com doze clubes apresentando déficit, incluindo o Santos, que teve um prejuízo de R$ 105 milhões.

As receitas de bilheteira também caíram, com o Palmeiras e o São Paulo perdendo 12% e 13%, respectivamente. O Palmeiras arrecadou R$ 86 milhões e o São Paulo, R$ 96 milhões. O Corinthians manteve suas vendas em R$ 94 milhões, enquanto o Santos arrecadou apenas R$ 5 milhões.

Aumento de Custos

Apesar do crescimento nas receitas, que saltaram para R$ 3,6 bilhões, os custos também aumentaram, passando de R$ 2,2 bilhões para R$ 2,6 bilhões. O aumento dos juros nas dívidas e a antecipação de receitas por meio de novos empréstimos contribuíram para essa deterioração financeira.

O levantamento revela que, para quitar suas dívidas, o Corinthians precisaria vender tudo e ainda levantar R$ 425 milhões. O São Paulo precisaria de R$ 478 milhões e o Santos, R$ 530 milhões. A situação financeira dos clubes paulistas é crítica e demanda ações urgentes para evitar um colapso ainda maior.