03 de mai 2025
Empresas brasileiras aumentam investimentos em máquinas, mas dependem de importados
Dependência de importações cresce no Brasil: máquinas importadas aumentam 30%, enquanto produção nacional avança apenas 4,9%.
Operários chineses trabalham em fábrica de geradores na cidade de Qingzhou, no leste da China. (Foto: Wang Jilin/Xinhua)
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Os investimentos em máquinas e equipamentos no Brasil cresceram 13,2% nos últimos doze meses, impulsionados principalmente por importações, que aumentaram 30%. Em contrapartida, a produção nacional teve um crescimento modesto de 4,9%. Esse cenário reflete a crescente dependência do país em relação a produtos estrangeiros, especialmente da China.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que, enquanto o consumo de máquinas nacionais aumentou apenas 4,9%, os equipamentos importados representaram 48,3% do mercado, um aumento significativo em relação a 30% há uma década. A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China pode intensificar essa tendência, com o país asiático buscando novos mercados para sua produção.
Desafios da Indústria Nacional
A falta de competitividade da indústria brasileira é um fator crítico. O custo de capital elevado e a alta carga tributária dificultam a expansão das empresas locais. A diretora de Competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Cristina Zanella, destaca que “é difícil enxergar uma reversão na tendência de aumento da participação dos importados.”
Atualmente, cerca de 70% dos fabricantes de máquinas e equipamentos no Brasil são micro ou pequenas empresas, que enfrentam dificuldades para obter financiamento a juros competitivos. Enquanto grandes e médias empresas planejam aumentar seus investimentos em 7,8% em relação a 2024, as pequenas devem reduzir seus aportes em 5,3%.
Expectativas Futuras
O economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Igor Rocha, alerta que a política de juros altos do Banco Central pode impactar negativamente o crescimento da manufatura, que deve ser de apenas 1,1% em 2025, após um crescimento de 3,6% em 2024.
Leonardo Mello de Carvalho, do Ipea, ressalta que a recuperação do consumo de bens industriais, sustentada pelo aumento da renda do trabalho, revela uma indústria ainda mais dependente de importações. O cenário futuro é preocupante, com a expectativa de desaceleração econômica que pode agravar essa dependência.
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