Economia

Consultorias alteram critérios e empresas ligadas a conflitos recebem notas altas de sustentabilidade

Consultorias como MSCI e Sustainalytics excluem informações sobre o conflito em Gaza, permitindo que empresas ligadas à destruição recebam notas altas.

Uma das escavadoras da Caterpillar que emprega o Exército israelense (Foto: Matanya)

Uma das escavadoras da Caterpillar que emprega o Exército israelense (Foto: Matanya)

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Recentemente, as consultorias MSCI e Sustainalytics alteraram suas metodologias, excluindo informações sobre o conflito em Gaza de suas avaliações de sustentabilidade. Essa mudança permite que empresas como a Caterpillar recebam notas altas, apesar de suas ligações com a destruição de vidas e infraestruturas na região.

Essas consultorias avaliam o impacto ambiental, o respeito aos direitos humanos e as condições de trabalho das empresas, influenciando o acesso a fundos de investimento com critérios de sustentabilidade. Em 2024, esse mercado movimentou quase três trilhões de euros globalmente. Com a nova abordagem, a venda de equipamentos para a construção de assentamentos ilegais em Gaza não afeta mais as pontuações atribuídas.

Um estudo da plataforma de investigação Follow The Money, em colaboração com veículos como EL PAÍS e De Tijd, revelou que a MSCI havia expressado preocupações sobre a Caterpillar em agosto de 2023, mas, um ano depois, a empresa obteve a nota máxima de 10. A mudança ocorreu mesmo com a utilização de suas máquinas em ações que resultaram em violações de direitos humanos, como a destruição de uma ambulância.

Críticas e Implicações

Kiran Asiz, diretor de investimento responsável do maior fundo de pensões da Noruega, KLP, classificou essa mudança como um “abuso de confiança”. Dan Spaargaren, responsável de estratégia do PME, um fundo de pensões neerlandês, afirmou que as consultorias não estão cumprindo suas obrigações. A Sustainalytics, que reconheceu a intenção de não cobrir mais disputas territoriais, enfrenta críticas por sua falta de transparência.

Além da Caterpillar, outras empresas como IBM, Booking e Motorola também foram citadas por suas ligações com o conflito. A MSCI defende que não alterou sua metodologia, mas admite que controvérsias podem ser arquivadas se não houver novas alegações. A Sustainalytics, por sua vez, justifica a mudança pela dificuldade de obter informações confiáveis em áreas de conflito.

Contexto Político

Especialistas alertam que essas mudanças podem refletir um movimento mais amplo, influenciado pela política americana e o retorno de figuras como Donald Trump. O foco em questões de diversidade e direitos humanos está sendo considerado excessivamente "woke", enquanto a atenção se volta para outros conflitos, como o da Rússia e Ucrânia. A pressão sobre as consultorias pode intensificar a falta de compromisso com a avaliação de direitos humanos em contextos de conflito.

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