Mercado Livre registra crescimento de 37% e lucro de US$ 494 milhões no primeiro trimestre

O Mercado Livre reportou resultados positivos no primeiro trimestre de 2025, superando as expectativas de Wall Street. A empresa, com sede em Montevidéu, registrou uma receita de US$ 5,9 bilhões, um aumento de 37% em relação ao ano anterior, e um lucro líquido de US$ 494 milhões. O crescimento foi impulsionado pela recuperação econômica na Argentina e pela expansão de sua carteira de crédito.

Na Argentina, a receita cresceu 125%, alcançando US$ 1,3 bilhão, após a eliminação de barreiras comerciais e controles cambiais. O diretor financeiro, Martín de los Santos, destacou que a flexibilização do fluxo de mercadorias e moedas foi crucial para o desempenho da empresa. As ações do Mercado Livre subiram mais de 8% após o fechamento do mercado.

Crescimento da Carteira de Crédito

A carteira de crédito do Mercado Livre na Argentina quadruplicou no primeiro trimestre, beneficiada pela redução das taxas de juros e um aumento de 52% no número de itens vendidos. A divisão fintech da empresa, Mercado Pago, também teve um desempenho notável, com um crescimento de 75% em sua carteira de crédito, totalizando US$ 7,8 bilhões.

O Brasil continua sendo o maior mercado da empresa, representando 56% da receita trimestral. O Mercado Livre planeja investir US$ 13,2 bilhões em 2025 e contratar 28 mil pessoas em seus países de operação. A empresa também solicitou a aprovação dos acionistas para transferir sua sede legal de Delaware para o Texas, visando unificar sua presença legal e física.

Desafios e Oportunidades

Apesar da volatilidade causada pela guerra comercial global, o Mercado Livre não foi significativamente afetado, pois não exporta para os Estados Unidos. No entanto, os impostos mais altos aplicados por México e Brasil às importações de comerciantes chineses impactaram os volumes. A empresa continua a desenvolver sua rede logística para melhorar os prazos de entrega e aspira se tornar o maior banco digital da região.

O preço-alvo médio das ações para os próximos doze meses é de US$ 2.535, representando um potencial de valorização de 12% em relação ao fechamento recente. A operação chilena da empresa também mostra crescimento, com a introdução de uma funcionalidade de crédito ao consumidor.