Preços de madeira disparam e ameaçam a crise de acessibilidade no mercado imobiliário dos EUA

O mercado imobiliário dos Estados Unidos enfrenta uma nova pressão com o aumento de 23% nos preços da madeira em abril. A alta demanda por madeira, especialmente a de origem canadense, se agrava com a possibilidade de tarifas que podem chegar a 34,5%. Essa situação complica ainda mais a crise de acessibilidade habitacional, onde quase 100 milhões de lares não conseguem arcar com o preço médio de uma casa, que é de R$ 460 mil.

Os construtores, como Lennar, D.R. Horton e Toll Brothers, estão enfrentando dificuldades financeiras, com suas ações em queda. A Associação Nacional de Construtores de Casas (NAHB) aponta que a incerteza nos preços da madeira torna o planejamento e o orçamento mais complexos. O governo dos Estados Unidos já impõe uma tarifa de 14,5% sobre a madeira canadense, que representa cerca de 85% das importações de madeira macia do país.

Impacto no Setor da Construção

O presidente da Tradewinds General Contracting, Steve Martinez, destacou que a madeira é crucial na construção de casas multifamiliares, representando até 18% dos custos de construção. Além disso, o aumento dos preços da madeira afeta também o setor de reformas e outros projetos que dependem desse material.

A produção de madeira nos Estados Unidos cresceu apenas 1% em 2023, totalizando 64 milhões de metros cúbicos, mas a demanda continua superando a oferta. Fatores como regulamentações ambientais, florestas envelhecidas e escassez de mão de obra complicam ainda mais a situação. Especialistas alertam que tarifas mais altas e a instabilidade no fornecimento podem atrasar novos desenvolvimentos por anos.

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos deve anunciar uma decisão final sobre as tarifas da madeira canadense até agosto. A expectativa é que essa decisão tenha um impacto significativo no mercado imobiliário e na capacidade de construção no país.