Empresas adotam inteligência artificial para enfrentar desafios nas cadeias globais de suprimentos

As empresas estão adotando ferramentas de inteligência artificial para otimizar suas cadeias de suprimentos em meio a desafios globais. A implementação de tarifas recíprocas pelo governo dos Estados Unidos, especialmente durante a administração de Donald Trump, complicou o comércio internacional. Recentemente, a Salesforce anunciou um agente de IA que processa rapidamente alterações em 20 mil categorias de produtos no sistema de alfândega dos EUA.

A complexidade das mudanças tarifárias torna difícil para as empresas acompanharem as atualizações manualmente. Eric Loeb, vice-presidente executivo da Salesforce, afirmou que, no passado, as empresas contavam com pequenas equipes de especialistas para lidar com essas questões. Agora, a IA permite decisões mais ágeis sobre ajustes nas cadeias de suprimentos.

A tecnologia de aprendizado de máquina da Kinaxis também está sendo utilizada para ajudar fabricantes e distribuidores a avaliar produtos e materiais, além de analisar dados externos. Andrew Bell, diretor de produtos da empresa, destacou a capacidade de simular o impacto de mudanças em componentes tarifados. As tarifas de Trump forçaram empresas como Walmart e Nike a reconsiderar suas estratégias de preços.

A Revolução da IA nas Cadeias de Suprimentos

A incerteza gerada pelas tarifas dos EUA pode ser uma oportunidade para a IA, segundo Zack Kass, futurista e ex-chefe de estratégia da OpenAI. Ele observou que a IA pode transformar desafios reativos em vantagens proativas. Nagendra Bandaru, da Wipro, mencionou que seus clientes utilizam soluções de IA para ajustar estratégias de fornecedores e gerenciar a exposição a tarifas.

A Wipro emprega uma variedade de sistemas de IA, desde modelos de linguagem até técnicas de visão computacional, para inspecionar ativos em trânsito. Embora não tenha revelado nomes de clientes, a empresa atende desde fabricantes de eletrônicos até fornecedores de peças automotivas. Bandaru enfatizou que a IA é um facilitador poderoso, mas não substitui a estratégia de política comercial.

Um relatório da Capgemini revelou que quase três quartos dos líderes empresariais consideram a IA uma prioridade de investimento para 2025. Ajay Agarwal, da Bain Capital Ventures, ressaltou que o sucesso das soluções de IA depende da qualidade dos dados disponíveis. A empresa FourKites, por exemplo, utiliza dados de rede de suprimentos para ajudar empresas a entender os impactos logísticos das mudanças de fornecedores devido às tarifas.