26 de mai 2025
Trump propõe imposto sobre remessas e gera preocupação entre migrantes e economistas
Imposto de 3,5% sobre remessas de migrantes indocumentados nos EUA pode afetar severamente famílias dependentes dessas transferências.
Casa de câmbio em Nova Jersey, em 28 de março de 2011. (Foto: Spencer Platt/Getty Images)
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O governo dos Estados Unidos aprovou um imposto de 3,5% sobre remessas enviadas por migrantes indocumentados, a partir de 2026. Essa medida pode impactar negativamente as finanças de muitas famílias que dependem dessas transferências, especialmente em países como México e Guatemala.
Ramona Luna Mendoza, que vive em Puebla, relatou que suas irmãs, que migraram para Los Angeles, enviam entre R$ 100,00 e R$ 150,00 semanalmente. Esse valor é crucial para cobrir despesas de casa e alimentação. Com o novo imposto, Ramona teme que suas irmãs não consigam enviar a mesma quantia. O imposto foi incluído em um extenso plano fiscal do presidente Donald Trump, que inicialmente propôs uma taxa de 5%.
A Financial Technology Association (FTA) criticou a nova taxa, afirmando que ela impõe uma carga injusta a cerca de 14% das residências nos EUA que não têm acesso a serviços bancários. A expectativa é que o governo arrecade US$ 22 bilhões entre 2026 e 2034, com uma média anual de US$ 2,7 bilhões.
Impactos Econômicos
O aumento nos custos das remessas pode levar muitos usuários a buscar alternativas, como criptomoedas, para evitar o imposto. Especialistas alertam que isso pode dificultar a arrecadação e impactar o PIB dos países de origem das remessas. Em 2024, o México recebeu um recorde de US$ 64,7 bilhões em remessas, representando 3,5% do PIB.
A diretora de Análise do Banco Base, Gabriela Siller, estima que o impacto do imposto será de US$ 2,3 bilhões, o que representa apenas 0,04% da receita total do governo dos EUA, mas é significativo para o México. Estados como Chiapas e Guerrero, onde as remessas representam mais de 10% do PIB estadual, serão os mais afetados.
Reações e Expectativas
A redução da taxa de 5% para 3,5% foi vista como uma vitória pelo governo mexicano. A presidente Claudia Sheinbaum destacou a importância das remessas para a economia de vários países, incluindo o México. O embaixador do México nos EUA, Esteban Moctezuma, considerou a diminuição do imposto um resultado do lobby realizado por autoridades mexicanas.
A FTA também expressou ceticismo sobre a aprovação do imposto no Senado, onde o partido de Trump tem controle. A proposta exclui do pagamento aqueles nascidos nos EUA, mas imigrantes com residência permanente terão que arcar com a taxa. A medida pode incentivar o uso de canais informais para o envio de dinheiro, criando novos desafios para o governo.
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