Turismo nos EUA enfrenta queda acentuada devido a políticas de Trump e hostilidade percebida

O setor de turismo dos Estados Unidos enfrenta uma crise significativa em 2025, com uma previsão de perda de até US$ 12,5 bilhões em gastos de visitantes estrangeiros. A expectativa inicial era de recuperação, com o retorno dos turistas aos níveis pré-pandemia, mas fatores como políticas de imigração e tarifas comerciais têm desestimulado as viagens.

Dados recentes indicam uma queda de 11,6% no número de visitantes internacionais em março, comparado ao mesmo mês de 2024. O World Travel & Tourism Council (WTTC) estima que os gastos de turistas estrangeiros cairão de US$ 181,2 bilhões em 2024 para US$ 168,7 bilhões neste ano. Em 2019, antes da pandemia, os visitantes deixaram mais de US$ 217 bilhões nos Estados Unidos.

O economista-chefe do J.P. Morgan, Michael Feroli, destacou que o sentimento antiamericano pode estar contribuindo para essa queda. Ele observou que muitos turistas estão cancelando suas viagens em protesto contra as políticas comerciais e relatos de detenções na fronteira. A previsão é que a redução nos gastos de viajantes internacionais subtraia cerca de 0,1% do PIB dos EUA este ano.

A Tourism Economics, parte da Oxford Economics, também revisou suas previsões, agora prevendo uma queda de 9,4% nas chegadas de turistas. Essa mudança é impulsionada por uma diminuição de 20,2% nas visitas do Canadá. A retórica agressiva do governo e as políticas de imigração têm gerado uma percepção negativa sobre os Estados Unidos, afetando diretamente o turismo.

As principais companhias aéreas e redes de hotéis já estão sentindo os impactos dessa retração. A Hilton e a Expedia reportaram quedas nas reservas e na receita, enquanto a US Travel Association indicou que março de 2025 teve 14% menos visitantes estrangeiros em comparação ao ano anterior. A situação é preocupante, especialmente para pequenas e médias empresas que dependem do turismo.