João Marques da Cruz deixa EDP após quatro anos e destaca desafios na renovação de concessões

Após quatro anos à frente da EDP na América do Sul, João Marques da Cruz deixará o cargo em 1º de junho. Durante sua gestão, a empresa investiu R$ 18 bilhões e alcançou um portfólio 100% renovável. No entanto, ele não conseguiu renovar as concessões de distribuição.

Cruz expressou preocupação com a renovação do contrato da EDP Espírito Santo, que vence em 17 de julho. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já aprovou a renovação, mas o processo está sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU). O executivo afirmou que a empresa está preparada para um cenário em que o novo contrato não seja assinado a tempo, embora isso possa impactar os custos de financiamento.

Ele acredita que o TCU deve se pronunciar até o final de junho ou início de julho. “Acho que o provável é [a aprovação pelo TCU] ser no fim de junho ou primeiros dias de julho,” disse Cruz. Ele elogiou a regulação brasileira, considerando-a sofisticada e independente, mas destacou a elevada taxa de juros como um dos principais obstáculos para novos investimentos.

Desafios e Oportunidades

Apesar dos desafios, a EDP planeja continuar investindo no Brasil, com foco em redes de distribuição e transmissão. A empresa também está avaliando a participação no próximo leilão de transmissão, previsto para outubro. Cruz espera que o mercado de energias renováveis se recupere nos próximos quatro anos.

A liderança da EDP América do Sul será assumida por João Brito Martins. Cruz ainda manifestou apoio à reforma do setor elétrico proposta pelo governo, que visa liberalizar o mercado de energia e revisar subsídios setoriais. “Apoiamos sempre essas medidas,” concluiu.