Procter & Gamble anuncia corte de 7 mil empregos em reestruturação global

A Procter & Gamble (P&G) anunciou a demissão de sete mil funcionários, representando cerca de 15% de sua força de trabalho não-manufatureira. Essa decisão faz parte de um programa de reestruturação que se estenderá por dois anos. A empresa enfrenta desafios de crescimento nos Estados Unidos, onde as vendas orgânicas na América do Norte aumentaram apenas 1% no último trimestre.

O CFO da P&G, Andre Schulten, revelou os cortes durante uma apresentação na Conferência de Consumidores do Deutsche Bank. A companhia, que emprega 108 mil pessoas globalmente, estima que a reestruturação resultará em custos não recorrentes de até R$ 1,6 bilhão. As tarifas impostas pelo governo Trump também impactam os resultados da P&G, que planeja aumentar os preços de seus produtos no próximo ano fiscal.

Impacto das Tarifas

As tarifas comerciais têm gerado preocupações sobre a saúde da economia dos EUA e do mercado de trabalho. Schulten destacou que a P&G espera um impacto negativo de três a quatro centavos por ação nos lucros do quarto trimestre fiscal devido a essas tarifas. Para o ano fiscal de 2026, a empresa projeta um impacto de R$ 600 milhões antes dos impostos.

A P&G, conhecida por marcas como Pampers, Tide e Swiffer, está reavaliando seu portfólio e reestruturando sua cadeia de suprimentos. O CFO afirmou que mais detalhes sobre a reestruturação serão divulgados na teleconferência de resultados do quarto trimestre, marcada para julho.

Reações do Mercado

As ações da P&G caíram mais de 1% após o anúncio das demissões. Desde o início do ano, os papéis da empresa apresentaram uma queda de 2%, enquanto o S&P 500 registrou um aumento superior a 1%. A companhia, com um valor de mercado de R$ 407 bilhões, segue a tendência de outras grandes empresas dos EUA, como Microsoft e Starbucks, que também realizaram cortes significativos de empregos em 2023.