Cidade chinesa propõe fim de semana de dois dias e meio para seus cidadãos

A cidade de Mianyang, localizada no oeste da China, está considerando a implementação de uma semana de trabalho de 4,5 dias. A proposta inclui o fechamento das empresas nas tardes de sexta-feira, além dos fins de semana, com o objetivo de estimular a economia local e proporcionar mais tempo livre à população. A informação foi divulgada pelo jornal Nikkei Asia.

Nos últimos anos, a China tem enfrentado um aumento nas jornadas de trabalho, com o sistema "996" (trabalhar das 9h às 21h, seis dias por semana) se tornando comum, apesar de ter sido declarado ilegal pelo Supremo Tribunal Popular. A pressão no mercado de trabalho, especialmente para recém-formados, tem levado muitos a se sentirem obrigados a trabalhar mais horas. Em 2023, o trabalhador médio em áreas urbanas registrou uma carga semanal de 48,3 horas, um aumento de 5% em relação a 2016, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas da China.

Mudanças nas Políticas Trabalhistas

Recentemente, um plano de ação do governo chinês, estabelecido em março, visa proibir a extensão ilegal das horas de trabalho. Essa mudança já está impactando algumas empresas. A fabricante de eletrodomésticos Midea começou a orientar seus funcionários a deixarem o trabalho às 18h, uma prática que muitos têm seguido. Da mesma forma, a fabricante de drones DJI agora exige que seus colaboradores saiam até 21h.

A proposta de Mianyang de adotar a semana de trabalho reduzida busca não apenas aliviar a carga sobre os trabalhadores, mas também revitalizar o consumo interno e equilibrar o crescimento econômico. Com uma população de 4,9 milhões, Mianyang é a segunda cidade com maior PIB na província de Sichuan e abriga a fabricante Sichuan Changhong Electric. A expectativa é que a nova política traga benefícios tanto para a economia quanto para a qualidade de vida da população local.