22 de jun 2025

Cidades do Nordeste investem milhões em festas juninas mesmo em tempos de crise
Cidades em emergência financeira no Nordeste investem milhões em festas juninas, enquanto o Ministério Público monitora os gastos.

O cantor Wesley Safadão (Foto: Reprodução/Instagram)
Ouvir a notícia:
Cidades do Nordeste investem milhões em festas juninas mesmo em tempos de crise
Ouvir a notícia
Cidades do Nordeste investem milhões em festas juninas mesmo em tempos de crise - Cidades do Nordeste investem milhões em festas juninas mesmo em tempos de crise
O balão de São João sobe e os gastos com atrações musicais nas festas juninas do Nordeste também. Mesmo em situações de emergência financeira, cidades como Bom Jesus da Lapa e Quijingue investem milhões em artistas renomados. O cantor Wesley Safadão, por exemplo, chega a receber R$ 1,1 milhão por apresentação.
Na Bahia, Bom Jesus da Lapa, que enfrenta um decreto de emergência, destinou mais de R$ 2 milhões para o São João deste ano, incluindo a contratação de Safadão. Outras cidades baianas, como Cruz das Almas e Jequié, também figuram entre os maiores gastadores, com R$ 9,5 milhões e R$ 8,9 milhões, respectivamente. As programações incluem artistas de diferentes gêneros, como o DJ Alok, que cobra R$ 750 mil por show.
Monitoramento dos Gastos
O Ministério Público monitora esses gastos para evitar excessos. Plataformas de transparência foram criadas para que a população possa acompanhar as despesas e denunciar irregularidades. Municípios em estado de emergência, como Quijingue, enfrentam crises financeiras e destinam R$ 5,2 milhões para 26 atrações, o que representa 40% dos gastos com saúde.
Quijingue, que também sofre com a seca, não pagou o décimo terceiro de 2024 e enfrenta dificuldades orçamentárias. O município tem um orçamento de R$ 117 milhões, com R$ 13 milhões para saúde e R$ 55 milhões para educação. Em Pernambuco, os gastos com festas juninas já somam R$ 95 milhões, com destaque para Vitória de Santo Antão, que investiu R$ 3,1 milhões.
Normas e Responsabilidade Fiscal
Promotores de Justiça ressaltam que cidades em emergência não podem usar recursos federais e estaduais para as festas. É necessário apresentar um estudo técnico sobre o impacto orçamentário e evitar suplementações. A promotora Rita Tourinho destaca que a fiscalização pela sociedade é crucial para garantir que os recursos sejam utilizados de forma responsável.
As prefeituras defendem que as festas movimentam a economia local, gerando empregos e atraindo turistas. A prefeitura de Vitória de Santo Antão afirmou que o evento foi planejado com responsabilidade fiscal, injetando mais de R$ 23 milhões na economia local.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.