23 de jun 2025

Fertilizante tem alta de 20% e gera preocupação no setor agro devido a conflitos no Irã
Aumento de preços da ureia pressiona a produção agrícola brasileira, com impacto direto na safra de milho e margens dos produtores.

Pessoas se reúnem para um protesto contra a onda de ataques israelenses contra o Irã no centro de Teerã, em 13 de junho de 2025 (Foto: Atta Kenare/AFP)
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A escalada do conflito entre Irã e Israel resultou em um aumento de 20% nos preços da ureia, um fertilizante crucial para o agronegócio brasileiro. Na última semana, o preço do CFR Brasil subiu US$ 16, alcançando US$ 501 por tonelada. A ureia é vital para o cultivo de milho, uma das principais commodities do Brasil, que importa 85% dos fertilizantes que utiliza.
Em 2024, o Irã foi responsável por 17% das importações brasileiras, o que torna o setor agrícola vulnerável a choques externos. A consultoria StoneX destaca que a intensificação do conflito, incluindo ataques aéreos dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas, aumenta a incerteza no mercado de fertilizantes. Desde junho, o preço da ureia já subiu 9%, refletindo a escassez de oferta global.
Impactos no Mercado
A situação no Oriente Médio não apenas afetou a produção no Irã, mas também paralisou parte da produção de ureia no Egito, que depende do gás israelense. A consultoria Argus aponta que a liquidez no mercado de fertilizantes está baixa, com poucos negócios sendo realizados, à medida que compradores aguardam resultados de leilões na Índia, um dos maiores consumidores de ureia.
Os preços da ureia no Brasil, que eram de US$ 398 por tonelada em junho, saltaram para US$ 430 na semana seguinte, evidenciando a volatilidade do mercado. Tomás Pernías, especialista da StoneX, ressalta que, apesar de não haver danos diretos nas plantas de produção, a guerra já reduziu significativamente a oferta de ureia.
Desafios para os Produtores
Com a proximidade da safra 2025/26, que começa em 1º de julho, muitos produtores ainda não garantiram seus fertilizantes. Pernías observa que a maior parte do consumo ocorre no segundo semestre, o que pode levar a um aumento na demanda nos próximos meses. A produção de milho, que depende da ureia para qualidade e rendimento, enfrentará custos mais altos, pressionando as margens dos produtores, que já estão sob estresse desde a safra 2022/2023.
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