02 de jul 2025

Mercado de ações de Londres enfrenta crise com possível saída da AstraZeneca
A AstraZeneca avalia transferir sua listagem para os EUA, o que pode impactar o FTSE 100 e a posição de Londres como centro financeiro.

Pascal Soriot, CEO da AstraZeneca, fotografado em Londres em 28 de junho de 2023, supostamente deseja transferir a listagem das ações da empresa de Londres para os Estados Unidos. (Foto: Justin Tallis | Afp | Getty Images)
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A AstraZeneca, uma das principais farmacêuticas do Reino Unido, está avaliando a possibilidade de transferir sua listagem de ações para os Estados Unidos. O CEO Pascal Soriot expressou frustrações com o ambiente regulatório britânico, especialmente em relação à aprovação de novos medicamentos e sistemas de preços de medicamentos. A informação foi divulgada pelo jornal britânico The Times.
A saída da AstraZeneca do mercado britânico teria um impacto significativo no FTSE 100, já que a empresa possui uma capitalização de mercado de £161,2 bilhões (aproximadamente US$ 221,1 bilhões). A mudança também levantaria preocupações sobre a posição de Londres como um centro financeiro global, especialmente após um ano em que várias empresas reconsideraram suas listagens na cidade.
Analistas do setor, como Toni Meadows, da BRI Wealth Management, consideram a possível mudança da AstraZeneca como um sinal preocupante para o mercado de ações do Reino Unido. Ele destacou que a busca por uma avaliação mais alta e um acesso mais amplo a investidores são fatores que impulsionam essa tendência. Recentemente, outras empresas, como a fintech Wise, também mudaram suas listagens para os EUA, buscando melhores condições de mercado.
Desafios do Mercado Britânico
A análise do mercado revela que as empresas listadas em Londres frequentemente enfrentam avaliações mais baixas em comparação com suas contrapartes americanas. Um estudo da gestora de investimentos Rathbones indicou que a relação preço-lucro das ações britânicas é 32% inferior à das ações dos EUA. Essa diferença tem levado empresas a buscar listagens em mercados que oferecem maior liquidez e suporte.
A possível transferência da AstraZeneca para Nova York não é um caso isolado. Claire Trachet, fundadora de uma consultoria de M&A, afirmou que a saída da empresa representaria uma perda significativa para a Bolsa de Londres, refletindo uma tendência mais ampla de empresas buscando melhores condições no exterior.
O analista Dan Coatsworth, da AJ Bell, observou que a decisão da AstraZeneca parece ser impulsionada por necessidades comerciais, e não apenas pela busca de uma avaliação mais alta. Ele ressaltou que a empresa já gera cerca de 42% de suas vendas nos EUA e possui planos de expandir suas operações no país.
A situação atual destaca a necessidade de o governo britânico agir para fortalecer o mercado de ações e apoiar indústrias críticas, como a farmacêutica, em um cenário de crescente competição global.
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