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Blockchain fortalece investigações contra organizações criminosas no Brasil

Facções como PCC e CV utilizam empresas de fachada e fintechs para lavar dinheiro, comprometendo a integridade do sistema financeiro brasileiro.

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Facções criminosas como PCC e CV se infiltram na economia formal

Facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), estão se infiltrando na economia formal do Brasil. Recentemente, essas organizações têm utilizado empresas de fachada e fintechs para lavar dinheiro e expandir sua influência, comprometendo a integridade do sistema financeiro.

Esses grupos criminosos exploram brechas regulatórias e a complexidade dos sistemas financeiros para criar negócios legítimos em diversos setores, como transporte, saúde e mercado imobiliário. Empresários temem que o crime organizado esteja contaminando áreas como a Faria Lima, dificultando a distinção entre atividades lícitas e ilícitas.

A estratégia do crime organizado visa não apenas a lavagem de dinheiro, mas também a expansão de poder. O promotor de Justiça Fábio Bechara, do Gaeco, explica que, atualmente, os criminosos utilizam fintechs para movimentar recursos, ao invés de métodos tradicionais, como enterrar dinheiro. Em São Paulo, o PCC criou empresas formais para participar de licitações de transporte público, conforme revelado pela Operação Fim de Linha.

Lavagem de dinheiro e concorrência desleal

O uso de Fundos de Investimento em Participações (FIPs) permite que o PCC se infiltre no setor imobiliário, tornando a origem dos recursos praticamente irrastreável. As fintechs, menos reguladas que instituições financeiras tradicionais, se tornaram ferramentas para movimentação de dinheiro ilícito. O sigilo bancário excessivo e o uso de paraísos fiscais facilitam a movimentação transfronteiriça de fundos.

A complexidade das estruturas societárias, que incluem empresas de fachada e redes de subsidiárias, dificulta a rastreabilidade dos verdadeiros proprietários. O tempo e os recursos necessários para investigar essas operações tornam o trabalho das autoridades moroso e frequentemente insuficiente.

Criptomoedas: uma faca de dois gumes

Embora facções criminosas utilizem criptomoedas, a tecnologia blockchain pode oferecer uma solução. Ao contrário dos sistemas financeiros tradicionais, a blockchain garante transparência e rastreabilidade das transações. Cada movimento é registrado em um livro-razão público, dificultando a ocultação de atividades ilícitas.

Apesar do potencial da blockchain, a postura de governos e do setor empresarial é ambivalente. O ministro da Justiça e Segurança, Ricardo Lewandowski, associa frequentemente criptomoedas ao crime organizado, destacando seu uso em atividades ilícitas. A regulamentação atual tende a focar no controle, em vez de aproveitar as inovações que a tecnologia pode oferecer.

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